Por Agência Brasil
Ao ser questionado hoje (1º) sobre o terceiro pedido de prisão do
senador Aécio Neves (PSDB-MG), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), aproveitou para criticar o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, a quem se referiu como um ator
“jurídico-político”.
“Eu acho que é bom que atores jurídico-políticos leiam a Constituição
antes de seguir suas vontades”, disse Mendes, em referência à
insistência de Janot em pedir a prisão de Aécio.
Ontem (31), a Procuradoria-Geral da República (PGR) protocolou mais um
recurso pela prisão preventiva do senador, após o ministro Marco Aurélio
Melo ter negado a medida cautelar no mês passado, alegando que o caso
de Aécio não se tratava de flagrante de crime inafiançável, única
situação em que a Constituição prevê prisão contra parlamentar em
exercício.
Antes, a prisão já havia sido negada pelo relator anterior do caso,
ministro Edson Fachin, que no entanto afastou o senador do exercício do
mandato. Ao negar a prisão pela segunda vez, Marco Aurélio também
autorizou o retorno de Aécio ao Senado.
O senador é alvo de inquérito no STF por ter sido citado pelo
empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS, e um de seus depoimentos
de delação premiada. Joesley contou aos procuradores que Aécio lhe pediu
R$ 2 milhões para pagar despesas com sua defesa na Operação Lava Jato.
O terceiro pedido de prisão contra o senador será analisado pela
Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes,
Rosa Weber, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso, além do presidente do
colegiado e também relator do processo, Marco Aurélio, que nesta
terça-feira prometeu pautar o tema tão logo haja manifestação da defesa
do acusado.
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