Provavelmente pouca gente se lembra do Trabant, aquele carro feito de composto plástico na Alemanha Oriental. Lembra? Pois é, ele tinha um pequeno inconveniente: a carroceria não se desmanchava apenas com a aplicação de um solvente à base de uma bactéria e se tornou um transtorno na fatia socialista da Alemanha. Os automóveis feitos de aço ou fibras de vidro ou carbono também não se desintegram fácil, mas nada se compara ao Lina.
Trata-se de um automóvel elétrico construído por estudantes da Universidade de Tecnologia Eindhoven, na Holanda, que utiliza uma carroceria feita com um tipo de fibra à base de resina de cana e folhas de linho. Assim, em caso de descarte, a carroceria irá se decompor em menor tempo e sem dano ao meio ambiente.
Claro que nem tudo é feito de material orgânico. Os pneus utilizam borracha e o conjunto de suspensão e rodas é de aço. Agora a intenção dos alunos é conseguir viabilizar a produção em escala do carrinho, ou pelo menos a produção em larga escala da fibra. Segundo a universidade o material biodegradável oferece a mesma rigidez que a fibra de vidro.
Além de ser reciclável, o carrinho também é leve, a carroceria pesa apenas 310 quilos, o que permite a inclusão de baterias sem elevar demais o peso final do Lina, que pode acelerar a até 80 km/h.
No entanto, há um entrave em relação ao modelo. Assim como a fibra de vidro (que é utilizada em painéis de carroceria) a do Lina não é maleável. Num teste de colisão ela não foi capaz de se deformar e acabou se partindo, comprometendo a segurança a bordo.