Por Agência Brasil
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse hoje (28), em
São Paulo, que haverá quórum suficiente para votar, na próxima
quarta-feira (2), a denúncia contra o presidente da República Michel
Temer. Segundo ele, a votação na quarta-feira é a “melhor solução” para o
país. A estimativa dele é que mais de 480 deputados estejam presentes
na votação.
“Na minha opinião, haverá quórum. O Brasil precisa de uma definição
para esse assunto. Não se pode, do meu ponto de vista, jogar com um
assunto tão grave, tão sério, como uma denúncia oferecida pela PGR
[Procuradoria-Geral da República] contra o presidente da República.
Nosso papel é votar. Quem quiser, vota sim, quem quiser, vota não. Mas
não votar é manter o país parado no momento em que o Brasil vive uma
recuperação econômica, mas ainda com muitas dificuldades”, disse ele.
Maia falou com a imprensa após almoçar com o prefeito em exercício de
São Paulo, Milton Leite, na sede da prefeitura, no centro da capital.
João Doria está em viagem à China, em busca de parcerias para a cidade.
“Acho muito grave que a Câmara não tome uma decisão. Que seja para
aprovar ou não [a denúncia]. Isso é uma decisão de cada deputado. O que a
gente não pode é deixar o paciente em centro cirúrgico, com a barriga
aberta”, acrescentou o presidente da Casa. Maia disse ainda que um
possivel adiamento paralisaria a pauta do Congresso Nacional. "A melhor
solução para o Brasil é que a denúncia seja votada na quarta",
completou.
Reformas e meta fiscal
Maia afirmou ainda que o Congresso pretende retomar as votações das
reformas assim que for encerrada a votação da denúncia contra Temer.
“Tenho muita esperança e vou trabalhar fortemente para que a gente possa
votar a reforma da Previdência porque entendo que o Brasil tem
problemas graves a médio e longo prazo, problemas estruturais que
precisam ser resolvidos. É vendida como uma reforma que vai tirar
direitos dos mais pobres, mas é exatamente o contrário. O déficit da
Previdência é que tira direitos dos mais pobres e privilegia poucos”,
disse. Outra votação que ele destacou como importante é a reforma para
simplificar o sistema tributário.
Apesar de ter reafirmado seu apoio à política econômica do governo
federal, Maia criticou a possibilidade de revisão da meta fiscal já
estabelecida pelo governo. Ele defende que a meta “fique onde está”.
“Não devemos, nem podemos, sem motivo, mexer na meta fiscal que foi
apresentada no início do ano. Temos um rombo fiscal gravíssimo no Brasil
e precisamos votar a denúncia [contra Temer] para que possamos voltar
ao tema das reformas, porque com elas vamos conseguir superar esse
déficit fiscal”.
Reivindicações
O prefeito em exercício de São Paulo, Milton Leite, entregou a Maia uma
lista de reivindicações da cidade para o governo federal. “Obviamente,
temos pleitos junto ao governo federal para os programas dos mananciais e
do Minha Casa Minha Vida. O presidente [da Câmara] Rodrigo Maia está
levando, em mãos, um documento nosso solicitando a liberação dos
recursos bloqueados pelo governo federal”, disse ele.
Segundo Maia, no almoço eles também conversaram sobre a questão fiscal.
“Há uma preocupação grande da prefeitura de São Paulo com o aumento dos
combustíveis, principalmente do diesel. E nós vamos discutir esse
tema”, falou o deputado. Além de Maia e de Milton Leite, participaram
do almoço vereadores, deputados estaduais e federais, prefeitos e
secretários.
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