Por Folhapress
A ex-presidente argentina Cristina Kirchner, 64, líder da oposição ao
presidente Mauricio Macri, se candidatará ao Senado nas eleições
legislativas de outubro, informaram os pré-candidatos de seu partido,
Roberto Salvarezza e Leopoldo Moreau.
Cristina, que presidiu a Argentina de 2007 a 2015, acaba de formar uma
nova frente de peronistas e centro-esquerdistas, a Unidade Cidadã (UC),
para enfrentar o macrismo (direita e aliados centristas) na estratégica
província de Buenos Aires, que detém quase 40% do colégio eleitoral.
A candidatura foi confirmada por Salvarezza e Moreau, dois dirigentes que a acompanham nas listas, em declarações ao canal C5N.
A aprovação de Macri, de 58 anos, caiu 20 pontos desde que assumiu, com
65%, há 18 meses, mas ainda conta com um eleitorado fiel que rejeita
Kirchner, cuja força está nos distritos operários e de classe média
baixa na periferia da capital argentina.
Macri é o político mais popular da situação e Kirchner, a da oposição
peronista e centro-esquerdista. Trinta e quatro milhões de argentinos
deverão renovar em 22 de outubro a metade da Câmara de Deputados e um
terço do Senado.
O Congresso é controlado pelo peronismo, mas o movimento está dividido
em correntes que vão da direita, que votam as leis do macrismo, à
centro-esquerda, que está enfraquecida. O desafio de Macri será manter a
condição de segunda força parlamentar e ampliar sua bancada com aliados
de centro.
Seu maior obstáculo é que a economia continua estagnada, com queda do
consumo, das exportações e da produção industrial, exceto a de cimento,
enquanto o déficit fiscal aumenta, tanto quanto o multimilionário
endividamento para financiá-lo, enquanto as demissões com fechamento de
fábricas e lojas não param.
"É preciso dar um limite ao governo", disse Cristina a seus partidários
durante o ato de lançamento da coalizão Unidade Cidadã, na terça-feira,
em um estádio de futebol diante de quase 40 mil presentes.
Kirchner foi uma combativa militante peronista de esquerda na década de
1970. Ela desperta paixões contraditórias, a favor e contra, mas é
onipresente desde que deixou a Presidência.
Antes das legislativas, todo o colégio eleitoral será convocado em 13
de agosto para confirmar as candidaturas nas eleições primárias, mas em
quase nenhum caso haverá luta interna.
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