Caros amigos
O Governo Temer pretende enviar ao
Congresso propostas para as necessárias reformas: Política, Fiscal,
Trabalhista e da Previdência.
Como quase todos os brasileiros, “amo com
fé e orgulho a terra em que nasci” e, apesar de todos os pesares, sou
um incorrigível otimista com relação ao seu futuro. Mesmo assim, não me
distancio da realidade da conjuntura em que vivemos, da qualidade, dos
interesses e do comportamento da maioria dos políticos a quem temos dado
mandatos, até há pouco, isentos da nossa fiscalização. Assim, cabe
guardar reserva sobre as “reformas” e as reais possibilidades de
contarem com a vontade política para serem implementadas.
A reforma política, por exemplo, nas
circunstâncias atuais, se chegar a ser abordada até a próxima eleição,
pouca coisa fará mudar nas regras em vigor, pois são elas que têm
assegurado a permanência das “famílias de políticos” agarradas às tetas
do Estado e às incontáveis “fugas” de recursos do erário.
Seja qual for o resultado dessa reforma
no presente mandato, o povo brasileiro tem que ser intransigente, pelo
menos, quanto à implantação do processo de votação eletrônica com
impressão do registro do voto, proposta do Deputado Jair Bolsonaro já
contemplada em lei.
Qualquer mudança no processo eleitoral só será valida se os eleitores tiverem confiança na lisura da apuração da sua vontade.
As reformas fiscal e trabalhista, por sua
vez, não farão mais do que oferecer plateia aos demagogos e
ilusionistas de sempre que, iluminados pela ribalta, darão início às
suas campanhas eleitorais com os mesmos discursos surrados que, na
realidade, só têm onerado o empregado e o empregador em favor do
desemprego e em detrimento da arrecadação e da distribuição de renda.
O interesse dos políticos, no tempo que
lhes resta até o próximo pleito, dificilmente abrirá espaço para a
adoção de soluções inteligentes e efetivas para esses problemas. A
reforma da previdência, em que pese a sua importância, não pode ser
apreciada e debatida no Congresso antes que uma profunda auditoria –
feita por empresa sem qualquer vínculo, contato, contrato ou
comprometimento com os “sistemas” operantes no Brasil – apresente a
versão única da realidade atual em face da legislação em vigor.
Somente após chegar-se a uma conclusão
transparente – “coloração” rara em nossos dias – sobre a realidade das
estruturas da previdência, suas receitas, despesas, vazamentos,
improcedências, fraudes, maus usos e outras tantas possibilidades de
desonestidade e má gestão, é que se poderá apreciar qualquer proposta de
reforma que seja aceitável e inteligível para todos os seguimentos da
sociedade.
Sem conhecer a realidade do mal, qualquer
reforma na Previdência não passa de enganação e de paliativo para tirar
o paciente do hospital apenas com a cara de saudável! Um prato cheio
para inflamados discursos dos embromadores e dos corruptos de sempre, os
que fazem da demagogia a sua energia vital no concerto político
brasileiro.
A voz do povo se faz ouvir por diversos
meios e, por vezes, ela é ensurdecedora à sensibilidade e à inteligência
que qualquer um, muito mais deveria ser à sensibilidade e à
inteligência daqueles a quem é outorgada a missão de representa-la!
Portanto, por mais que sejam necessárias,
as reformas são tarefas que, na realidade, só deverão ser abordadas com
seriedade a partir de 2019, caso uma nova configuração política e
governamental seja eleita sob a influência das desastrosas experiências
vividas pelo Brasil à sombra da mentira, da ilusão e do paternalismo
irresponsável.
Gen Bda Paulo Chagas
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