MEDIÇÃO DE TERRA

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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Jovem é a 3° geração de agente funerária da família em Porto Velho


Ana Carolina é sócia com pai e o primo que comandam juntos a funerária.
Ana trabalha como secretária na empresa desde os 15 anos.

Hosana MoraisDo G1 RO
Ana Carolina trabalha na funerária do pai que já pertenceu ao avô, um primo também é sócio do local (Foto: Hosana Morais/G1)Ana Carolina trabalha na funerária do pai e que já pertenceu ao avô (Foto: Hosana Morais/G1)
Com 23 anos, Ana Carolina trabalha como secretária em uma funerária há oito em Porto Velho e hoje é sócia da empresa da família. Tudo começou com o avô, em Rio Branco (AC), há 46 anos. A jovem que mora nos fundos do trabalho afirma que se for preciso trabalha até 24 horas por dia, por amor a profissão.
Embora seja formada em enfermagem, Ana continua atuando como secretária na funerária. "Meu sonho é ser militar, mas enquanto isso não acontece, eu continuo ajudando meu pai, pois aqui é de onde tiramos nossa renda e quando eu não puder mais cuidar da funerária quero ensinar alguém da família para continuar com o negócio", declara.
No começo meus amigos achavam estranho, mas aos poucos eles vão conhecendo que aqui é um trabalho normal"
Ana Carolina, sócia da funerária
Segundo a jovem, quando iniciou no trabalho, alguns amigos estranharam. "No começo meus amigos achavam estranho, mas aos poucos eles vão conhecendo e entendendo que aqui é um trabalho normal. Ainda mais agora que eu também sou sócia com meu pai e meu primo", relembra Ana.
O interesse para trabalhar na funerária começou quando Ana tinha 15 anos, quando foi treinada pra ficar no lugar de uma tia. "Minha tia precisava sair do trabalho e como meu irmão não quis trabalhar aqui, eu comecei a ser treinada para ficar no lugar dela. Hoje eu sou sócia, meu trabalho é burocrático, tenho expediente no horário comercial e faço plantões, mas se for preciso ir para o tanatório preparar os corpos eu vou, não tem problema nenhum, faço de tudo um pouco", conta.
O tanatório onde os corpos são preparados para os velórios fica em outro bairro para que as famílias não possam ver a preparação do corpo.
"Alguns clientes chegavam aqui com raiva e acabavam invadindo a sala. Então nós optamos por ter um tanatório separado de onde ficam as urnas [caixões] e a capela da funerária", explica.
Ana Carolina e o pai trabalham juntos na funerária da família, o avô de Ana foi quem começou com o negócio há mais de 40 anos (Foto: Hosana Morais/G1)Ana Carolina e o pai trabalham juntos na funerária da família (Foto: Hosana Morais/G1)
O trabalho com funerária já está na 3° geração. "Meu vô criou a primeira funerária quando ele casou com minha avó. As coisas não deram certo e aí ele veio para Porto Velho. Ele tinha outra funerária que rendeu bons furtos, até que fundamos a que trabalhos hoje, que já existe há 18 anos. Minha avó conta que quando eles chegaram aqui na Avenida Jorge Teixeira era só uma via e nem cidade tinha pra cá, e aos poucos tudo foi desenvolvendo", disse Carol.
Embora já esteja trabalhando há quase dez anos na funerária da família, Ana conta que morte com jovens e crianças mexem com ela. "Quando a família chega aqui e é acidente de trânsito de jovem ou até mesmo morte de bebês me deixa bem triste. O caso mais recente foi da família que morreu a mãe, os pais e as duas filhas. Você presenciar o sepultamento de uma família inteira de uma vez me abalou", desabafou Ana.
Os anos de experiência ainda não fez Ana esquecer a primeira vez que viu um corpo no tanatório. "Eu era criança e tava passando pelo corredor da funerária quando viu os funcionários dando banho no corpo de um menino. Como os falecidos podem ter espasmos, ele girou a cabeça em direção a porta com os olhos abertos e eu fiquei ali, olhando. Foi a primeira vez que entrei o tanatório ", contou.

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