MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Proibição de short curto revolta alunas em colégio de SP


O ano letivo começou com uma "bermuda justa" no Colégio Rio Branco, um dos mais tradicionais de SP. De um lado, alunas acusam a direção de proibi-las de vestirem shorts sob a justificativa de que eles atrairiam "olhares masculinos". E se dizem obrigadas a "sofrer em silêncio com o calor do verão". Do outro, a escola diz que alunas estão usando as bermudas que fazem parte do uniforme com número menor, para ficarem mais curtas. "Falamos: 'Gente, os shorts estão curtos demais'. Elas não querem usar bermuda do tamanho correto porque falam que é brega", diz a diretora-geral do colégio, Esther Carvalho, para quem o debate "está sendo perigosamente deturpado". "São duas coisas importantes: uma é código de vestimenta e contexto, outra é uma discussão mais complexa, sobre preconceito, tolerância, feminismo, machismo", segue a diretora. As alunas organizaram um abaixo-assinado na internet em que dizem "reivindicar direitos de liberdade de escolha e expressão, para conseguir acabar com as restrições direcionadas somente às mulheres". A escola sustenta que a bermuda do uniforme (com comprimento na altura do joelho) é obrigatória também para os meninos. "É claro que, para eles [direção], é bem mais sensato nos fazer passar calor, do que culpar os meninos que não querem controlar seus hormônios, nem quando estamos usando calças", afirma o texto das estudantes. "Eu também tenho calor", diz a diretora. "O que fazer? Usa a bermuda da escola. A vida é assim. Tem regra. Outras pessoas também usam uniforme e sentem calor. No momento é o que temos." Alunas que descumprem a regra estão sendo alertadas, mas Esther nega que sejam "retiradas da sala de aula para levar sermão", como afirmam. "O que é um sermão para um jovem? Qualquer coisa que venha de um adulto." Mudanças no uniforme são discutidas com os alunos, segundo a diretora. "A camiseta da menina é 'baby look'. Mas de alguma forma nunca vai atender a todos. Porque cada um quer usar sua roupa dentro de um uniforme." A direção planeja "aproveitar este momento para trazer a discussão sobre machismo, feminismo, preconceito". Até ontem, o abaixo-assinado intitulado "Liberdade aos shortinhos" tinha cerca de 760 adesões. Esther diz que é "até triste" ler no manifesto que nem todas as alunas têm condição de comprar uma calça, opção à bermuda. "A maioria da população do colégio é abastada. Não é essa a questão." (MB)

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