O ex-presidente da República e atual senador Fernando Collor de Mello
(PTB-AL) teria recebido R$ 300 mil de um intermediário de Alberto
Youssef, o doleiro Carlos Alexandre de Souza Rocha, de acordo com
depoimento em acordo de delação premiada do carregador de dinheiro de
Youssef. A entrega, segundo o depoimento, foi feita em pacotes com notas
de R$ 100,00. “No final de janeiro de 2014, Alberto Youssef solicitou
que o declarante (Ceará) transportasse R$300 mil para Maceió”, contou o
delator, em depoimento à Procuradoria Geral da República. “Levou trinta
pacotes de notas de R$ 100,00”. Na delação, Ceará, como o doleiro de
Youssef é conhecido, afirma que o montante deveria ser entregue a outro
carregador, identificado como Rafael Àngulo Lopez, que também fez acordo
de delação premiada: “No café da manhã se encontrou com Rafael Ângulo
Lopez, que estava acompanhado de outra pessoa que não conhecia e do qual
não se recorda o nome”. Ceará diz que Lopez contou que o total da
entrega era de R$ 900 mil e que ele não quis dizer quem era o
beneficiado. Ceará só tomou conhecimento de Collor como receptor do
dinheiro ao ouvir de Youssef, numa conversa em São Paulo, que o dinheiro
era para o senador. A revelação veio por conta de uma reclamação. “Ele
(Youssef) comentou com o declarante (Ceará) que tinha recebido uma
reclamação porque Rafael Ângulo Lopez tinha chamado Fernando Collor de
Mello de ‘velho e gordo’”. O delator afirmou aos procuradores ter dito a
Youssef: “Ah, então o dinheiro de Maceió foi para Collor!”. “Alberto
Youssef confirmou que sim, que era para Fernando Collor de Mello”.
Collor é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) desde
março, quando foram abertos as primeiras investigações pela PGR
envolvendo políticos como alvos da Lava Jato. A delação de Ceará é de
junho, mas se tornou pública nesta semana. (JB)
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