MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

95% da lama permanece em barragem e risco de novo vazamento não é descartado


Letícia Alves - Hoje em Dia


Letícia Alves/Hoje em Dia
Moradores de Bento Rodrigues acompanham a reunião que ocorre na ALMG
Moradores de Bento Rodrigues acompanham a reunião que ocorre na ALMG

O deslizamento da barragem Fundão, em Mariana, região Central de Minas, foi de cerca de um milhão de metros cúbicos de sedimentos, segundo o superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marcelo Belisário. "Entendemos que o movimento de rompimento não cessou. Existe um remanescente considerável de 20 milhões de metros cúbicos dentro da barragem de fundão", explicou. Belisário destacou que o volume de rejeito pode ser carregado para o Rio doce por causa das chuvas.

Ele disse, ainda, que as medidas adotadas pela Samarco, como o reforço em diques, são importantes, mas não são suficientes para dar conta dos rejeitos que permanecem em Santarém e Fundão. Coordenador de engenharia da Samarco, Jorge Bernardo Vasconcelos, disse a massa deslocada ficou parada em um ponto do reservatório de Santarém.

Para o procurador da república de Minas Gerais, Edmundo Antônio Dias o acidente não pode ser considerado de pequenas proporções "demonstra a precariedade das estruturas das barragens existentes"

Plano de emergência

Um plano de emergência deveria ser apresentado em novembro pela empresa, mas de acordo com o promotor Daniel Oliveira, o documento foi entregue parcialmente. "A empresa deveria apresentar o 'Dam Break' , que é uma projeção dos cenários no caso de rompimento dessas barragens ou estruturas remanescentes e apresentar medidas mitigadoras emergenciais. É isso não foi feito dentro do prazo"

Moradores de Bento Rodrigues, distrito que foi devastado pelo tsunami de lama, acompanham a reunião da comissão de barragens, que ocorre na Assembleia Lesgislativa de Minas Gerais (ALMG). Eles reinvindicam a permanência do processo judicial em Mariana. "Viemos pressionar porque se for para Brasília vai demorar", acredita a estudante Samara Quintão, de 21 anos, que mora em uma casa alugada pela Samarco em Mariana.

O promotor Guilherme Meneghin disse que a transferência pode inviabilizar muitos acordos em andamento. "Tudo isso pode ser inviabilizado se for estabelecida a competência da Justiça Federal, se a União for assumir". Segundo ele, a decisão caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas a Samarco pode solicitar a permanência do processo na cidade mineira.

Uma audiência marcada para o dia 22 de fevereiro deverá tratar do assunto.

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