O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo
Tribunal Federal), reuniu os colegas da 2ª turma da corte em seu
gabinete, na terça (24), para uma reunião de emergência, em caráter
informal. Queria avisá-los com antecedência que autorizaria a prisão do
senador Delcídio do Amaral (PT-MS). Tentava obter apoio antecipado para
medida considerada excepcional e extrema. Ministros da turma de Teori,
formada por Celso de Mello, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Cármen Lúcia,
chegaram à reunião resistindo à medida. Os fatos mostrados por Zavascki,
no entanto, eram "tão chocantes", nas palavras de um dos magistrados,
que todos, por unanimidade, concordaram que a prisão era inevitável.
Zavascki, que, antes mesmo de tomar conhecimento dos fatos envolvendo
Delcídio do Amaral, já dizia a amigos íntimos e a colegas do próprio
tribunal que "o pior ainda está por ser revelado", segue adotando o
mesmo tom grave em relação à Lava Jato. Os avisos alarmistas incluem a
delação premiada de Nestor Cerveró, que Zavascki homologou há alguns
dias. O ministro, que define o ex-diretor da Petrobras como um homem que
"sabe muito", é um dos poucos no país que têm pleno conhecimento do
conteúdo, aparentemente explosivo, das revelações do ex-executivo.
(Mônica Bergamo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário