Edson Ribeiro foi preso quando desembarcava no Aeroporto Tom Jobim, no Rio
Carlo Huberth Luchioni, defensor do advogado Edson Ribeiro, disse nesta sexta-feira que o depoimento do seu cliente à Polícia Federal durou cerca de três horas, mas não deu maiores detalhes sobre o assunto. Ribeiro, um dos acusados de tentar obstruir as investigações da Operação Lava-Jato, foi preso na manhã desta sexta-feira, ao desembarcar no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.O advogado Carlo Luchioni disse que foi pedida a prisão domiciliar e a revogação da prisão preventiva. "Ele alega inocência veementemente e diz que nunca traiu a confiança do cliente dele. Ele diz que houve uma estratégia de defesa mal interpretada", ressaltou Luchioni sobre o ex-advogado de Nestor Cerveró.
Edson Ribeiro chegou às 9h55 à sede da Polícia Federal (PF), na zona portuária do Rio. Ele chegou escoltado em dois veículos da PF e estava no banco traseiro do carro da frente.
O advogado desembarcou às 8h10, no Rio, em um voo da TAM. Edson Ribeiro defendia o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, preso na Operação Lava Jato, e teve a prisão determinada quarta-feira (25) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro do STF Teori Zavascki havia autorizado a inclusão do nome do advogado na lista da Interpol, a polícia internacional.
Edson Ribeiro é investigado na operação que prendeu também o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), o banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG Factual, e o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira. De acordo com pedido de prisão da Procuradoria-Geral da República, encaminhado ao STF, Edson Ribeiro participou das negociações em que o senador Delcídio do Amaral tentou impedir que Cerveró firmasse um acordo de colaboração com o Ministério Público Federal, no âmbito da Operação Lava Jato.
Edson Ribeiro teve a prisão determinada na quarta-feira (26/11) pelo Supremo Tribunal Federal na operação que prendeu também o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), o banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG Factual, e o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira.
De acordo com pedido de prisão da Procuradoria-Geral da República (PGR), encaminhado ao STF, Edson Ribeiro participou das negociações em que o senador Delcídio do Amaral tentou impedir que Cerveró firmasse um acordo de colaboração com o Ministério Público Federal. Em um dos encontros - que foi gravado pelo filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, em um hotel em Brasília - o senador prometeu pagar R$ 50 mil mensais à família do ex-diretor para não ocorrer a delação premiada.
"O Senador Delcídio Amaral contou com o auxílio do advogado Edson Ribeiro, que, embora constituído por Nestor Cerveró, acabou por ser cooptado pelo congressista. O advogado Edson Ribeiro passou, efetivamente, a proteger os interesses do Senador Delcídio Amaral em sua interação profissional com Nestor Cerveró e Bernardo Cerveró, mesmo depois de tomada por Nestor Cerveró a decisão de oferecer colaboração premiada ao Ministério Público Federal. O advogado Edson Ribeiro recebeu do Senador Delcídio Amaral, a certa altura das tratativas, a promessa de pagamento dos honorários que convencionara com Nestor Cerveró, cujo valor era de R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais)", diz o documento da PGR.
Segundo a PGR, o banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG Factual, arcaria com os custos para não ter seu nome mencionado no acordo de colaboração ou para o ex-diretor desistir. "Ao menos parte desses recursos seria dissimulada na forma de honorários advocatícios a serem convencionados em contrato de prestação de serviços de advocacia entre André Esteves e/ou pessoa jurídica por ele controlada com o advogado Edson Ribeiro." Esteves está preso na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
Nestor Cerveró firmou acordo de colaboração premiada com o Ministério público Federal no dia 18 de novembro deste ano.
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