MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 25 de outubro de 2015

Momento político é paradoxal, difícil e profícuo


Pedro Beja
Vivemos um momento profícuo e, ao mesmo tempo, difícil, na política brasileira. Explico o paradoxo. Vejo vantagem no crescimento das discussões políticas nos centros urbanos. Ninguém mais se omite no já conhecido “em cima do muro”. Todos têm uma opinião formada – ou em formação -, o que leva a uma busca interessante por novas informações políticas, algo impensável tempos atrás.
Somos jovens ainda nesta prática de luta e discussão. Precisamos aprender com a vida, com o tempo, saber que uma discussão deve ficar apenas na troca de argumentos, na contundência de fatos, sem chegar às vias de uma luta livre. Discutir não é brigar, discutir é contrapor opiniões.
O outro lado do paradoxo é o momento difícil de pensar a política como um bem público, pertencente a todos – por isso, democrático. A quem interessam as operações do Mensalão e da Lava Jato? A quem interessa a publicação nas mídias das provas de corrupção realizadas por políticos? Com certeza não deveria interessar aos círculos políticos do Congresso. Interessa a nós, eleitores.
No momento em que ficamos de lado nas discussões sobre quem deve sair ou não, os políticos eleitos se rogam o poder de dizer se fulano ou sicrano é ou não corrupto, mesmo que existam provas que demonstrem o contrário. O que o povo acha disso? Perguntaram em algum momento para nós? O PT e o PSDB é que devem discutir a permanência de Eduardo Cunha na Presidência do Congresso, de acordo com seus interesses escusos? Com certeza, não.
MEMÓRIAS DE FHC                                                                
Discordo de Jorge Bastos Moreno e sigo a leitura de Pedro do Coutto sobre o grande momento editorial brasileiro, a publicação dos diários gravados por Fernando Henrique Cardoso ao longo do seu primeiro mandato. Antes mesmo de o primeiro volume chegar as livrarias – no dia 30 deste mês -, vários trechos já foram publicados na revista Piauí – edição 109 – e em reportagens no jornal O Globo e na Folha.
Posso concordar em parte com Moreno quando FHC assume o papel de mocinho em sua narrativa. Claro, compreensível (percebam, não digo que apoio, mas que é compreensível). No entanto, tendo a concordar com Coutto de que esta publicação é um signo importante para o nosso momento histórico, não apenas pelas movimentações por fora dos holofotes jornalísticos – “os bastidores políticos, as articulações, as pressões exercidas”, mas também pela postura direta e incisiva que já deu para perceber nos trechos já vistos.
FHC foi e é uma figura imprescindível para pensarmos a política contemporânea brasileira. Tanto positiva como negativamente. E arrisco destacar que agora, fora da presidência e com liberdade para opinar sobre tudo e todos, Fernando Henrique Cardoso tem-se se tornado um grande arauto da crítica política.

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