Mesmo sabendo que ela era portadora de trombofilia, a ginecologista de Daniele Medeiros receitou um anticoncepcional
Daniele teve embolia pulmonar depois de tomar Yasmin.
(Foto: Reprodução/Youtube/Época) |
A
funcionária pública Daniele Medeiros Alvarenga, 33 anos, sofreu uma
embolia pulmonar, três paradas cardíacas, ficou dois meses internada no
Hospital Oeste D’Or, no Rio, e passou 40 dias em coma.
Tudo porque usou um anticoncepcional para tratar cistos no ovário, que causavam fortes cólicas.
Segundo Daniele, em entrevista a Revista Época,
mesmo sabendo que ela era portadora de trombofilia - condição genética
que aumenta em até 30 vezes o risco de formação de coágulos na corrente
sanguínea de mulheres que usam hormônios - a ginecologista a receitou um
contraceptivo "de baixa dosagem hormonal".
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mulheres com a mesma condição genética que Daniele não devem tomar hormônios.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mulheres com a mesma condição genética que Daniele não devem tomar hormônios.
Ainda de acordo a publicação, Daniele passou três meses tomando Yasmin, fabricado pela Bayer.
Foi o suficiente para formar um coágulo em uma veia,
que chegou aos pulmões e obstruiu a passagem do sangue pela artéria.
Depois de acordar do coma, a funcionária pública não falava, pois havia
sido submetida a uma traqueostomia. Além disso, andava e comia com muita
dificuldade.
Para piorar a situação, Daniele perdeu todos os
dedos dos pés. Eles foram amputados pois estavam necrosados. Segundo a
Revista Época, a necrose foi provocada pelos medicamentos que a
mantiveram viva. "Quando vi o empenho das pessoas para me salvar e me
deixar com um dano mínimo, não lamentei a perda dos dedos", diz em
entrevista. Ela não tem vergonha de usar sandálias abertas. "É uma
lembrança do que superei. Agora, vou lutar para que nenhuma outra mulher
passe por isso", explicou.
Outro casoNo
ano passado, a professora universitária Carla Simone Castro, de 41
anos, também passou a tomar Yasmin, mas dessa vez para controlar cólicas
provocadas por miomas no útero Ela sentiu fortes dores de cabeça e foi
diagnosticada com sinusite e até ansiedade. Mas, o que de fato aconteceu
com Carla era uma trombose cerebral que provocou um AVC. Resultado, a
professora ficou estrábica e sem enxergar por três dias.
Ainda em recuperação, Carla apelou por mais cuidados
ao receitar tratamentos com anticoncepcionais. "O que eu gostaria mesmo
é que a classe médica entendesse que se existe um risco, por menor que
seja, ele não pode ser subestimado. Se você vai tomar hormônio, passe
antes em um hematologista, faça investigação genética, verifique se você
não tem predisposição à trombose", alertou a professora em um vídeo
publicado pela Revista Época.
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