André Brant/Hoje em Dia
Neusa e Joaquim se consultam apenas com Daniel, que os acompanha de perto e está disponível 24h
Capazes de lidar e solucionar até 80% dos problemas que chegam até eles, os médicos de família e comunidade, caso do especialista que acompanha Desirée, têm sido cada vez mais requisitados entre pacientes que buscam cuidar da saúde. “Um médico que conhece seu histórico e te atende sempre, em qualquer situação, inspira mais confiança e passa mais tranquilidade. Me sinto mais segura tendo a quem recorrer”, diz a assessora judiciária.
Mas o privilégio de ter um médico para chamar de seu não é exclusividade de Desirée. A aposentada Neusa Alves Nahas, de 62 anos, e o marido, o engenheiro Joaquim Nahas, de 67, também já elegeram o especialista que irá acompanhá-los. “Recebi indicação do plano de saúde e aderi ao serviço. Considero o atendimento mais individualizado, já que todas as questões são conhecidas por ele. Não me lembro de ter um clínico tão minucioso assim”, comenta Joaquim, atendido há quase um ano por Daniel Knupp, médico de família há dez anos e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC).
Segundo o especialista, a procura no Brasil, ainda incipiente, mas crescente, é determinada, sobretudo pela ampla capacidade do profissional. “Costumo dizer que somos especialistas nas pessoas que acompanhamos, aptos a cuidar de diversas necessidades e trabalhar em conjunto sempre que necessário”, diz.
MODELO NOVO
Muitos países da Europa e o Canadá, por exemplo, utilizam um sistema de saúde baseado na medicina de família. Nesses locais, cerca de 95% das pessoas têm um médico generalista de confiança. Por aqui, a realidade é outra. Em BH, a Unimed é pioneira em aplicar a modalidade e oferecê-la dentre as opções de atendimento.
“Além de ser mais barato, esse plano dá mais conforto ao paciente, que não precisa buscar uma porção de médicos na tentativa de solucionar um único problema”, explica o diretor de Provimento de Saúde da Unimed BH, José Augusto Ferreira.
Atualmente, apenas duas instituições da capital oferecem a residência em Medicina Geral de Família e Comunidade. De 2002 a 2014, o aumento do número de vagas para a especialidade passou de 300 para 1.300, conforme a SBMFC.
A expectativa, afirma o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Heider Pinto, é expandir o sistema e torná-lo mais acessível em todo o país. “Queremos valorizar o médico generalista e facilitar a busca do paciente por uma resolução do problema. Hoje, a maioria dos médicos encaminha para outros”, destaca.
Atualmente, o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro é realizado por 39.064 equipes de saúde da família. Ao todo, 120,5 milhões de pessoas são beneficiadas pelo serviço. As equipes são compostas por médico de família, enfermeiro, auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde.
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