Foliões de Ouro Preto têm acesso a poucos banheiros e ainda pagam R$ 5

É proibido fazer xixi nas ladeiras históricas da cidade, diz a Polícia Militar.
Chuva atrapalhou um pouco o desfile dos blocos nesta segunda-feira (16).

Thais Pimentel Do G1 MG, em Ouro Preto

Enquanto tem gente cobrando pelo uso do toilette,
banheiros químicos próximos estão 'lacrados'.
(Foto: Thais Pimentel / G1)

Mais de 75 mil foliões devem passar pela cidade de Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, Patrimônio Mundial da Humanidade, durante este carnaval. Para evitar que os turistas façam xixi nos casarões históricos (policiais militares estão atentos quanto a isso), foram colocados vários banheiros químicos em pontos estratégicos da cidade. Mas pelo menos oito deles, instalados na Rua São José, por onde passam a maioria dos blocos, não funcionam o dia todo. Uma fita isola a área, evitando a aproximação dos foliões.
“Pessoal só vem aqui liberar no fim da tarde. Mas se você quiser, pode passar por debaixo [da fita] e usar”, conta uma ambulante que preferiu não se identificar. A assessoria de imprensa da Prefeitura de Ouro Preto foi procurada pelo G1, mas ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto.

Perto dali, um restaurante cobra R$ 5 para usar o banheiro. Mas há um alerta: o estabelecimento não tem água. "A gente só consegue usar a cozinha porque temos reservatório. Para os clientes que precisam mesmo usar a gente disponibiliza álcool gel para fazer a assepsia das mãos, porque águ, infelizmente, não podemos contar com ela", afirma Eliane Castro, dona do comércio. Ouro Preto vem enfrentando um rodízio de abastecimento de água por causa do baixo nível dos seus reservatórios.
Blocos

Bloco do Vilodum não tem medo de chuva e
saii pelas ladeiras molhadas de Ouro Preto.
(Foto: Thais Pimentel / G1)

O desfile dos blocos atrasou nesta segunda-feira (16) por causa da forte chuva que caiu sobre a cidade. Mas isso não impediu que os foliões saíssem as ruas. O Obelix, Fred Flinstone, piratas, japoneses e até cirurgiões apareceram para a festa.
O Bloco Vilodum, que imita a batida do bloco afro baiano Olodum, não se intimidou e desfilou debaixo de água. Depois veio o Bloco da Cobra, com a serpente característica abrindo alas. O grupo comemora 40 anos de carnaval. Também teve os candonguêros, grupo que resgata a cultura dos tambores, junto com o grupo de maracatu de Belo Horizonte, Lua Nova. A expectativa para esta terça-feira (17) é o desfile do Bloco do Caixão, um dos mais tradicionais de Ouro Preto.