Casos de dengue aumentam em PE e descarte de lixo na folia acende alerta

Houve 1.019 notificações em janeiro de 2015 contra 692 em 2014.
Alerta é para que foliões não joguem entulhos descartáveis nas ruas.

Do G1 PE

Agentes de saúde de Olinda visitam casas para orientar
moradores sobre a dengue (Foto: Reprodução/ TV Globo)

Os casos de dengue em Pernambuco quase dobraram em janeiro deste ano em relação ao mesmo período de 2014, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. A preocupação do órgão aumenta no carnaval, pois muita gente deixa garrafas e copos jogados na rua, favorecendo o acúmulo de água e a proliferação de larvas do mosquito transmissor da doença. O alerta é para o perigo duplo: o mesmo inseto pode transmitir a dengue e a febre chikungunya.
Este ano, em Pernambuco, foram notificados 1.019 casos de dengue, sendo 119 confirmados. Isso representa aumento de 47,25% em relação ao mesmo período de 2014, quando foram notificados 692 casos, com 186 confirmandos. Já de febre chikungunya, foram notificados cinco casos suspeitos desde janeiro. Três foram descartados e dois estão sendo investigados.

Apesar de serem vírus diferentes, a dengue e a febre chikungunya têm sintomas parecidos, como febre alta, dor de cabeça e dores no corpo. No caso da febre chikungunya, aparece uma dor muito forte nas articulações. A certeza do diagnóstico só com a realização do exame.
O tratamento também é o mesmo, assim como a forma de prevenir. Em Olinda, os agentes de saúde ambiental fazem visitas todos os dias, em vários bairros, para orientar moradores e checar se, nas casas, existe algum acúmulo de água onde o mosquito Aedes aegypti possa se reproduzir. Quando encontram larvas, usam larvicida para combater possíveis focos.
A advogada Cristina Azevedo mora em Olinda e sabe dos riscos, por isso fecha todo recipiente que possa servir de criadouro. "Se não fizer isso, passa de residência para residência, de quintal para quintal", apontou. Ela recebeu os agentes em casa, mas, muitas vezes, eles encontram portas fechadas. "A gente usa bolsa, jaleco, camisa e dá até o telefone da Secretaria [de Saúde], mas ainda assim tem gente que não aceita", disse o agente de saúde ambiental Cláudio Pereira.
Também moradora de Olinda, a professora Tereza Cristina Moreira fez questão de colaborar com a visita dos agentes e disse que, todo dia, toma uma série de providências, em casa e na rua. "Temos uma [árvore] castanheira com folhas grandes, que para acumular água é muito fácil, por isso a gente apanha [as folhas] pela manhã e, às vezes, à tarde", afirmou.
O cuidado com o lixo é muito importante, inclusive agora no carnaval. "O importante mesmo é levar garrafinha, copo de plástico, que você não vai gerar tanto lixo", alertou a coordenadora de Vetores de Olinda, Diana Santana.

Ecopontos
No Recife, para evitar o acúmulo de lixo e focos de mosquitos durante o carnaval, foram instalados mais 17 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), conhecidos por ecopontos. São lixeiras gigantes, feitas de metal, que devem receber parte do entulho gerado durante a festa. Elas estão em lugares estratégicos, como nas avenidas Cais do Apolo, Rio Branco, Marquês de Olinda, nas ruas do Bom Jesus, do Apolo, do Brum, da Moeda e na Madre de Deus, além da Avenida Alfredo Lisboa e no Cais da Alfândega.

Cada depósito tem capacidade para mil litros de lixo. Neles, só podem ser colocados materiais recicláveis como plástico, papel, vidro, metal, isopor e caixas de leite ou de suco. De acordo com a Prefeitura do Recife, os pontos de coleta vão ser esvaziados, diariamente, por equipes da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb). "O material reciclável vai ser levado para cooperativas, que tem o apoio da Emlurb. Lá, os materiais serão separados e vendidos da forma correta", explicou a diretora-executiva de Limpeza Urbana do Recife, Bárbara Arrais.

Na área central da cidade também estão distribuídas 148 papeleiras. "Estamos tentamos fornecer os equipamentos para que eles [os foliões] descartem os resíduos de forma correta", completou Bárbara Arrais.