Casas e ruas de Olinda começam a ser ocupadas para o Carnaval

Turistas alugam casas no Sítio Histórico da cidade para não deixar a folia.
Fluxo de pessoas começa a aumentar também nos pontos turísticos.

Do G1 PE

Fernando Lopes e Júnior Nunes trouxeram uma fantasia para cada dia de folia (Foto: Lorena Aquino/G1)

A poucos dias do início oficial do carnaval, os turistas estão começando a ocupar o Sítio Histórico de Olinda. Atraídos pelos blocos de rua, pela tradição, pela festa acessível e conhecida no mundo inteiro, eles chegam com antecedência e já vêm preparados. A prática de alugar casas para o período da folia, por exemplo, é comum entre os próprios pernambucanos que não querem deixar as ladeiras um minuto sequer e também já pegou quem é de fora do estado. A reserva é feita desde muito cedo. Parte das vagas foi reservada ainda no ano passado.
Embora grande parte dos turistas tenha chegado nesta semana, às vésperas da festa, o carioca Junior Nunes resolveu vir um pouco mais cedo com o amigo Fernando Lopes, 24 anos, do Paraná. É o terceiro carnaval dele em Pernambuco. "Chegamos na sexta passada porque já sabíamos das festas e viemos curtir também o pré-carnaval", disse. Já Fernando Lopes contou que está aqui pela primeira vez. "O carnaval de Olinda é referência no mundo inteiro. A vontade de conhecer era enorme", disse. "Além de ser barato. O preço cativou muito", completou.
Os foliões estão hospedados na Vulcan House, um complexo que abrange quatro casas no Sítio Histórico de Olinda. Cerca de 120 turistas do Rio de Janeiro, Natal, Brasília, Minas Gerais, Paraná e outras localidades devem se hospedar no espaço entre sábado (14) e terça (17). A Vulcan House já está com lotação esgotada.

Pela primeira vez no carnaval de Pernambuco, os amigos Thaís, Lucas e Tarick, de Brasília, também prepararam fantasias (Foto: Lorena Aquino/G1)

De Brasília, vieram Thaís de Morais, 20, Lucas Peixoto, 21, e Tarick Bonfim, 22. Eles estão com um grupo de sete amigos na mesma casa onde estão Júnior e Fernando, e nunca passaram o carnaval fora da Capital Federal. Eles vêm com vontade de conhecer, além de Olinda, o Galo da Madrugada do Recife, que inspirou o bloco candango Galinho de Brasília, criado em 1992 por um grupo de pernambucanos com saudade de casa. "É o melhor bloco de Brasília. Só toca frevo, é o que dá mais gente. Agora viemos conhecer o original, maior e melhor", disse Lucas.
Eles afirmaram estar preparados para a quantidade de gente e de sol que vão ter de enfrentar tanto no Recife como em Olinda. "Assim que é bom! Vou ficar um pimentão. Vou ter que aprender a usar protetor solar", disse Tarick. "O diferencial é que o carnaval aqui é de rua. Hoje em dia há uma comercialização dos carnavais", explicou Thaís. "Estamos cansados da gourmetização do carnaval", brincou Lucas.
Se as casas já estão ocupadas, nas ruas também se vê um maior fluxo de turistas. No Alto da Sé, vendedores oferecem sombrinhas de frevo, adereços e objetos para facilitar e animar a experiência de quem vem passar o carnaval na cidade. As estudantes Alice Lima e Eduarda Ferreira, ambas de 24, foram provar a famosa tapioca de Olinda e disseram ter trocado o também tracional carnaval do Rio de Janeiro pelo de Pernambuco. "A gente sempre passa carnaval no Rio, mas aqui tem uma coisa tradicional, diferente. Lá os blocos tomaram proporções muito grandes, é outra energia", disse Alice. "Temos amigos que disseram pra gente que era o melhor carnaval do mundo e viemos ver", acrescentou Eduarda.
O casal Renata Lindoso, 34, e Rodrigo Miranda, 29, veio do Tocantins. Eles não precisaram alugar casa pois têm familiares no Recife. Apesar de ser a cidade natal de Renata, ela nunca passou carnaval na capital. Por isso, a expectativa é altíssima e a vontade de 'carnavalizar' também. "O carnaval de Palmas é modesto. Quem gosta mesmo de festa, viaja. Viemos para dançar, frevar, beber e nos divertir", disse.

Renata nasceu no Recife, mas nunca passou carnaval na cidade. Ela e o namorado moram em Palmas (Foto: Lorena Aquino/G1)

Eduarda e Alice vieram do Rio para passar o carnaval em Pernambuco e já descobriam as tapiocas do Alto da Sé (Foto: Lorena Aquino/G1)