O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Newton Trisotto,
relator do julgamento que manteve preso homem apontado pela Polícia
Federal (PF) como operador de Youssef no exterior nesta terça-feira,
disse que a corrupção brasileira é "uma das maiores vergonhas da
humanidade". Já o ministro Felix Fischer cogitou que nenhum outro país
viveu "tamanha roubalheira". A 5ª Turma da Corte decidiu por unanimidade
manter a prisão de João Procópio de Almeida Prado.
- A corrupção no Brasil é uma das maiores vergonhas da humanidade -
afirmou o relator Newton Trisotto, em uma sessão de discursos fortes. O
ministro também ressaltou a extensão que está tomando a Operação
Lava-Jato, ao revelar cifras bilionárias.
A defesa de João Procópio - apontado como homem de confiança de
Youssef fora do Brasil, e preso em julho - alegou que a prisão havia
sido cumprida sem requisitos legais. Ou seja, diziam que a prisão havia
sido fora da lei, e que deveria ser revogada. - Pelo valor das evoluções, algo gravíssimo aconteceu - disse Trisotto.
Trisotto, acompanhado pelos outros ministros, negou essa tese, e
qualificou o papel de João Procópio no esquema como "fundamental". -
Prado assumia papel relevante no esquema, controlava contas de
Youssef no exterior. Foi fundamental para controlar dinheiro de origem
ilícita - afirmou o relator.Com essa decisão unânime, o STJ reforçou a
posição do juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava-Jato e
vem sofrendo duros ataques de advogados.
O ministro Felix Fischer, ex-presidente do STJ, classificou a corrupção
no Brasil entre as maiores do planeta: - Acho que nenhum outro país
viveu tamanha roubalheira - afirmou Fischer. O relator Newton Trisotto
pediu ainda "coragem" para o juiz Sérgio
Moro. Trisotto citou o jurista Ruy Barbosa ao dizer que um juiz não pode
ser "covarde". - Não há salvação para o juiz covarde. O juiz precisa
ter coragem
para condenar ou absolver os políticos e os economicamente poderosos -
declarou o relator. ( O Globo)
BLOG DO CORONEL
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