Algumas instituições estão desenvolvendo ações e orientando os consumidores para que as compras ocorram sem problemas
Durante
24 horas, sites e lojas vão oferecer descontos em diversos produtos na
quinta edição da Black Friday no Brasil (Foto: AFP)
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Durante
24 horas, sites e lojas vão oferecer descontos em diversos produtos,
nesta sexta-feira (28), na quinta edição da Black Friday no Brasil.
Muita gente aproveita o chamado Dia Mundial dos Descontos para
adquirir, por um preço mais em conta, o que está precisando, mas é
importante ter atenção. Algumas instituições estão desenvolvendo ações e
orientando os consumidores para que as compras ocorram sem problemas.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec)
alerta para a questão da pesquisa. O advogado da instituição Christian
Printes lembra que o anúncio do evento é feito antecipadamente e o
consumidor tem tempo para analisar os valores antes de comprar. Além de
saber se a promoção é realmente boa, a pesquisa ajuda a identificar se o
comerciante não está maquiando o preço. “Algumas lojas aumentam o
preço antes de aplicar o desconto e isso acaba prejudicando o
consumidor justamente porque ele não consegue ter o desconto efetivo.”
Caso essa prática seja identificada, o consumidor
pode procurar os órgãos de defesa do consumidor da cidade onde mora.
“Copie as telas [durante a pesquisa] e no dia da Black Friday também
para que possa verificar quais são os preços oferecidos antes e o que
estão oferecidos no dia”, orienta o advogado. As imagens servem também
de prova para uma possível denúncia. Christian explica que as regras
previstas no Código de Defesa do Consumidor com relação à troca de
produtos defeituosos e prazos de entrega, por exemplo, continuam sendo
aplicadas mesmo durante o período de promoção e devem ser respeitadas.
Outra opção é checar a situação da loja para saber
se ela pode estar em situação de falência, por exemplo. Para isso, o
consumidor poderá consultar o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
(CNPJ) na página da Serasa Experian
que vai disponibilizar o serviço, gratuitamente, somente durante a
Black Friday, que ocorre sempre no dia seguinte ao feriado de Ação de
Graças, celebrado nos Estados Unidos. Karla Longo, gerente do
Serasaconsumidor, diz que a ideia é evitar golpes de empresas
desconhecidas pelo consumidor e explica como funciona o recurso. “Coloca
o [número do] CNPJ da empresa que você quer consultar e vão aparecer
alguns dados como razão social, protestos, cheques sem fundo, ações
judiciais, endereços”.
Outra dica importante é não comprar por impulso,
para evitar a inadimplência. “É muito importante planejar. Olhar o que
realmente precisa e não ficar tentado a comprar só porque o preço está
bom. Então, é importante saber quanto você pode gastar e fazer uma
lista do que pretende comprar”, diz a representante da Serasa, que
orienta também pesquisar preços em locais diferentes.
Para coibir violações por parte dos sites, o
Procon do Distrito Federal vai fazer uma espécie de blitz em
diferentes páginas. De acordo com a assessoria do órgão, no ano passado
foram fiscalizados 50 sites e registrados 33 autos de infração.
Os brasilienses podem pedir orientação também pelo número 151. Na
unidade paulista do Procon, o atendimento será feito por uma equipe que
estará de plantão durante toda a noite. “A ideia de fazer um atendimento em tempo real é
que o consumidor, às vezes, tem uma dúvida ali na hora, então seria
adicionar essa possibilidade de esclarecimento em tempo real”, conta
Fátima Lemos, assessora técnica do Procon-SP. As redes sociais também
serão aliadas no contato com a unidade que disponibilizou a hashtag
#BlackFridaynamiradoProconSP.
Pedro Eugênio é o criador do site oficial do evento no Brasil e fundador do Busca Descontos, página que trouxe a Black Friday para o país. Ele explica que nem todos os produtos dos sites
participantes entram na promoção, então é preciso verificar antes de
comprar. Ele também dá algumas dicas para os consumidores não serem
enganados por sites não participantes.
“[Aconselhamos] comprar de lojas que ele já está
acostumado a comprar ou que foram indicadas por amigos. O segundo passo
é pesquisar se aquele produto que ele quer está disponível no dia do
Black Friday. E, além disso, antes de fechar a compra, o que a gente
indica é pesquisar o preço”. Ele sugere também que o consumidor evite
os horários de maior volume de visitas aos sites.
“Tentar fugir dos horários de pico da Black Friday,
que é à meia-noite de quinta, na hora do almoço na sexta e a partir
das 18h da própria sexta. Fazendo isso, pesquisando a loja em que vai
comprar e o preço do produto, a chance de fazer um grande negócio é
muito alta”.
O Dia Mundial dos Descontos conta também com um
código de ética que deve ser seguido pelas lojas participantes. Só no
ano passado, durante a Black Friday, o comércio eletrônico atingiu a
marca de R$ 424 milhões em vendas. Segundo Pedro, para este ano a ideia é
superar a marca dos R$ 700 milhões.
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