O Ministério Público Federal denunciou nesta quinta-feira cinco pessoas
acusadas de desviar 57 milhões de reais de recursos repassados pela
União a áreas de educação e saúde no município de Marília, no interior
de São Paulo. Entre os denunciados, está o ex-prefeito da cidade José
Ticiano Dias Toffoli (PT), irmão mais velho do ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), José Antonio Dias Toffoli. Segundo a procuradoria, o irmão do
ministro movimentou irregularmente 28,8 milhões reais nos dez meses em
que ficou à frente da prefeitura, entre 2011 e 2012. Ele era vice do
prefeito Mário Bulgareli (PDT), também denunciado na ação, e que
renunciou ao cargo após ter o seu nome envolvido em um escândalo de
desvio de verbas da merenda escolar. Em depoimento, José Ticiano Dias
Toffoli admitiu o uso indevido do dinheiro, afirmando que quando tomou
posse como prefeito havia déficit de cerca de 8 milhões de reais no
caixa do município. Segundo o MP, a dívida foi a explicação dada por
Toffoli para dar continuidade às irregularidades praticadas pelo seu
antecessor — Bulgareli teria desviado 28,2 milhões de reais. Além dos
prefeitos, foram denunciados os ex-secretários da Fazenda da cidade
Nelson Virgílio Grancieri, Adélson Lélis da Silva e Gabriel Silva
Ribeiro, que foram apontados como os operadores do esquema. O delito
consistia em desviar dinheiro endereçado ao Fundo Municipal de Saúde e
atividades escolares para pagar a folha de pagamento dos funcionários da
prefeitura e outros gastos da máquina pública. Autor da denúncia, o
procurador da República Jefferson Aparecido Dias pediu na ação a
condenação dos cinco acusados por crime de responsabilidade, que prevê
pena de três meses a três anos de prisão para os gestores que usam
indevidamente a verba pública. O procurador também requisitou que a
Justiça os obrigue um total de 33,2 milhões de reais, referente ao
montante de recursos retirados das contas sem a devida devolução. (Veja)
Nenhum comentário:
Postar um comentário