MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Depois de comprometer o STF e o TSE, governo tenta agora emplacar aliados no TCU


Gleisi Hoffmann, citada pelo doleiro Alberto Yousseff como recebedora de pelo menos um milhão de reais em desvios da Petrobras, vem sendo cotada para o cargo.

IMPLICANTE
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O Palácio do Planalto já está de olho na vaga do ministro do Tribunal de Contas da União José Jorge, que se aposentará no dia 18 de novembro. Como o seu substituto terá papel fundamental nos processos de investigação da Petrobras, vem sendo de total interesse do governo que o novo ministro seja um aliado.
(…) o novo ocupante da cadeira herdará a relatoria dos processos de investigação da Petrobrás, entre eles o que avalia prejuízos na compra da refinaria de Pasadena (EUA). A apuração sobre Pasadena tem potencial para causar mais danos políticos à presidente Dilma Rousseff – que presidia o Conselho de Administração da Petrobrás na época da aquisição, iniciada em 2006.
Alguns nomes cotados são o de Ideli Salvatti, atual ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, e de Gleisi Hoffmann, senadora e ex-ministra da Casa Civil que já agiu a fim de dificultar a abertura da CPI criada para investigar as irregularidades da empresa. Hoffmann, segundo depoimento de Paulo Roberto Costa, também foi beneficiada pelo esquema.
Como revelou o Estado, em depoimento ao Ministério Público Federal, o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa afirmou que o esquema de corrupção na companhia repassou R$ 1 milhão para a campanha da petista ao Senado, em 2010. Ela nega participação nas irregularidades e diz que a acusação é mentirosa.
Outro nome cotado é o de Vital do Rêgo, senador do PMDB que preside as duas CPIs da Petrobras. Seja quem for o escolhido, será mais um aliado do governo a tomar decisões fundamentais nos principais tribunais do país.
Teori Zavascki, nomeado pela presidente Dilma no meio do processo do mensalão, é um deles. Relator da Operação Lava-Jato no STF, Zavascki ainda não ordenou a abertura de inquérito contra os políticos apontados por Paulo Roberto Costa.
Em quase cem depoimentos da delação premiada, Costa apontou o dedo para pelo menos 28 deputados, senadores, governadores, entre outras autoridades. (…) As declarações do ex-diretor, já confirmadas em parte pelo doleiro Alberto Youssef, devem botar contra a parede grande número de políticos e inflamar ainda mais o clima no Congresso nesta fase após a reeleição de Dilma Rousseff. Pela gravidade das acusações, o surgimento de nomes vinculados às fraudes será mais um ingrediente na crise que só cresce desde a primeira vez em que Costa foi preso, em março.
Alguns artigos recentemente publicados na grande imprensa tentam desmistificar a ideia de que o Brasil corre o risco de “venezuelizar”, ou seja, se enfrentar a mesma crise econômica e política pela qual passa a vizinha de cima no continente. De fato, a Venezuela de hoje é uma realidade ainda distante do país. Mas a de uma década atrás não parece tão distante. Comprometer a independência do poder judiciário foi o primeiro grande passo dado pelo chavismo. Atropelar os pesos e contrapesos do legislativo com uma grande sequência de plebiscitos foi outro. O controle da mídia é um ingrediente que se soma. Desde o momento em que confirmou o segundo mandato de Dilma, vem sendo exatamente essas as pautas priorizadas pelo governismo. Se de fato o brasileiro encara o “venezuelismo” como um problema, é preciso resolvê-lo agora enquanto ainda é jovem. Ou logo poderá ser tarde demais.

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