Há muito tempo não é nada confortável a posição do senador Walter
Pinheiro, dentro do Partido dos Trabalhadores. Em um resgate histórico,
era de Pinheiro, e não de Wagner, a vaga para candidatar-se a governador
da Bahia em 2002. Certo da derrota, Pinheiro recusou o convite, dando a
um deputado de pouca expressão (Jaques Wagner), a oportunidade de
enfrentar o então candidato da situação, Paulo Souto. No governo Lula,
Pinheiro posicionou-se, dentre outros, contra a medida da implementação
da cobrança da contribuição previdenciária sobre os salários dos
servidores inativos. Mais tarde, condenou o escândalo do mensalão, e por
pouco não saiu do partido junto com Heloisa Helena, Luciana Genro,
dentre outros. Desde lá, Lula abomina Walter Pinheiro, a ponto de ter
vetado sua indicação como ministro da Reforma Agrária do governo Dilma,
ministério esse que depois veio a ser ocupado por Afonso Florense,
citado no escândalo do mensalinho baiano. Desde a explosão do escândalo
do mensalinho, e, principalmente, após sua declaração reconhecendo a
proximidade de Dalva Sele (presidente do Instituto Brasil), com próceres
do PT estadual, Walter é abertamente tratado como uma espécie de
leproso. Wagner teria confidenciado aos mais íntimos que a campanha
estava perdida por culpa de Pinheiro. Hoje, na inauguração de uma obra,
Wagner não se conteve. Disse que era mentira de Pinheiro uma suposta
perseguição, e sinalizou que o mesmo teria sido “leviano” em sua
entrevista à revista Veja. Bombeiros de plantão não escondem mais a
delicadeza da situação. Walter Pinheiro, por ora, evita os holofotes,
não sem antes receber afagos de militantes ligados à Rede
Sustentabilidade de Marina Silva. O que se diz hoje, é que Walter
Pinheiro pode vir a ser o grande político a migrar para a REDE,
coordenando o partido na Bahia, não sem antes alvejar o PT, a quem
também, não esconde mais o rancor. Pinheiro sabe que a política se faz
em oportunidades, e uma eventual ruptura, em um cenário favorável,
traria para ele uma posição nova, sempre sonhada. Os interlocutores da
REDE porém, esperam de Walter Pinheiro uma posição clara em direção à
Marina. Seria uma hecatombe, Pinheiro, no meio da campanha eleitoral,
declarar apoio a Marina. É, sem dúvidas, uma jogada a arriscada. Por
ora, seu aliados titulares de cargos no estado sofrem com o destino…
(Agravo)
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