Patrícia Moreira, torcedora do Grêmio que xingou goleiro do Santos de "macaco" |
O Grêmio está fora da Copa do Brasil. O time gaúcho foi excluído do
torneio nesta quarta-feira (03), em sessão da 3ª Comissão Disciplinar do
STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), por causa de ofensas
racistas proferidas por torcedores contra o goleiro Aranha, titular do
Santos, em partida válida pelas oitavas de final da competição nacional.
O clube ainda recebeu uma multa de R$ 50 mil, e as pessoas que foram
identificadas xingando o jogador foram proibidas de entrar em estádios
por 720 dias. O árbitro Wilton Pereira Sampaio (Fifa-GO) foi multado em
R$ 800 e suspenso por 45 dias por não relatar o incidente na súmula, e
os auxiliares também foram punidos por esse motivo (multa de R$ 500 e
suspensão de um mês).
A diretoria do Grêmio já decidiu recorrer da decisão, que agora será
levada ao pleno do STJD. Um representante do clube gaúcho disse que não
acredita que a punição seja mantida na instância superior.
Caso a exclusão do Grêmio seja confirmada, o Santos avançará
automaticamente para as quartas de final da Copa do Brasil, na espera
pelo vencedor do confronto entre Ceará e Botafogo. O Grêmio foi
punido com base no artigo 243-G do CBJD (Código Brasileiro de Justiça
Desportiva), que prevê perda de pontos, mando de campo ou até mesmo
exclusão do clube da competição em questão.
Madre Marina de Xapuri, a curupira de saias.
Chegados às
utopias messiânicas, os brasileiros agora vislumbram a "salvação" na
beata Marina Silva, que apresenta uma aura de santidade e tem a mesma
cara de "Teflon" de seu padrinho Lula. Artigo de Rodrigo Constantino no
jornal O Globo:
Se os
indianos tiveram a Madre Teresa de Calcutá, nós temos a Madre Marina de
Xapuri. Cansado da “mamãe” Dilma, o povo agora quer sonhar novamente.
Afinal, democracia que compara projetos e propostas, histórico e
alianças é mesmo algo muito monótono. O brasileiro é mais afeito às
utopias messiânicas, a um “salvador da Pátria”, ou salvadora, no caso.
Se tiver
um passado da agruras, uma infância miserável, uma bela narrativa de
vítima para contar, aí fica imbatível. O ex-operário que passou fome ia
acabar com a fome no Brasil. Seu “Fome Zero” foi um fiasco, mas isso é
detalhe. O crescimento chinês veio lhe salvar, e o povo carente logo o
enxergou como o novo Padim Ciço.
Não teve
mensalão que o fizesse acordar do feitiço. Lula iluminou seu poste e
Dilma, que era ele mesmo em forma mais feminina, foi eleita. A “mãe do
PAC”, o Programa de Auxílio a Cuba, seria a “gerentona” eficiente.
Entregou apenas recessão e inflação. Dilma foi a pior presidente que o
Brasil já teve. Mas justiça seja feita: foi a melhor para a ditadura
cubana.
Cansado —
com razão e muito atraso — do PT, o povo brasileiro quer uma nova
esperança. Não quer o candidato mais bem preparado, com a equipe mais
robusta, com as ideias mais estruturadas. Nada disso tem charme. Quer
uma solução definitiva, alguém que represente a “nova política”, que
carregue uma aura de santidade e paire acima dos reles mortais.
Viva
Marina! Uma espécie de Curupira de saias, a guardiã das florestas e dos
animais, que representa a “terceira via” contra a polarização entre
petistas e tucanos. Foi do PT por décadas, ministra de Lula, e seu
marido era do PT do Acre até “ontem”. Detalhes bobos, sem importância. A
“nova política” significa entrar para o PSB, partido com socialista na
sigla e membro do Foro de São Paulo, ao lado do próprio PT e da ditadura
cubana. Mais dados insignificantes.
Com
postura de quem recebeu um chamado divino, Marina pode tudo, não há
contradição que grude nela. Goza do mesmo “efeito Teflon” de Lula. Ela
pode, por exemplo, afirmar que vai governar usando o melhor tanto do PT
como do PSDB, que ninguém questiona o que isso quer dizer na prática, se
é um ou o outro. Afinal, não parece viável misturar Mercadante e
Armínio Fraga.
Segundo
Eduardo Giannetti, seu assessor para economia, o viés na área estaria
bem mais para o lado tucano, o que é um alívio para quem entende do
assunto. Resta saber: Marina vai mesmo escutar Giannetti? Ou seu
assessor será Leonardo Boff? Ou será o MST, entidade da qual já vestiu,
literalmente, o boné? Suas décadas de PT, partido do qual saiu triste e
com “profundo respeito”, terão que tipo de influência em sua gestão?
Você pode tirar alguém do PT, mas será que é possível tirar o PT de
alguém?
De boba
Marina não tem nada. Antes, representava um grito de protesto; agora,
pelas artimanhas do destino, é a favorita na corrida presidencial.
Quando o poder se aproxima e se torna factível, o candidato abandona
certos radicalismos “sonháticos” e flerta com o pragmatismo. Ao defender
em seu plano de governo um Banco Central independente e o tripé
macroeconômico, Marina sinaliza que fará como Lula em sua “Carta ao Povo
Brasileiro”.
Lula, de
fato, respeitou a herança bendita da era FH no primeiro mandato, com
Henrique Meirelles e Palocci. Mas em seguida traiu o povo brasileiro e
abandonou o legado deixado pelos tucanos. Fez “o diabo” para eleger
Dilma, e agora estamos aqui, nesse quadro de estagflação. Marina será
fiel aos eleitores pragmáticos? Ou deixará vir à tona seu DNA
esquerdista?
Saberemos
a resposta em 2015, ao que tudo indica. A “onda” cresceu e se
transformou num tsunami. Marina já é a grande favorita, com dez pontos à
frente de Dilma no segundo turno, de acordo com o Datafolha. Mas, se é
cedo para saber se os pragmáticos vão quebrar a cara com Marina, uma
coisa é certa: a decepção dos “sonháticos” será total. Quem está à
espera de um milagre, de uma mudança revolucionária na forma de se fazer
política, vai cair feio do cavalo.
Dito
isso, algo ao menos será motivo de regozijo para os mais esclarecidos: a
derrota do PT. É verdade que, desesperados com a possibilidade real de
perder suas tetas estatais e ter de trabalhar, os petistas farão de tudo
para permanecer no governo Marina. Os vermelhos vão se pintar de
verdes, até porque Marina está mais para “melancia”: verde por fora,
vermelha por dentro. Mas ela seria eleita com um claro discurso de
oposição, e ficaria muito feio compor com o PT depois. Portanto, adeus,
PT. Já vai muito tarde!
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