O
engenheiro Paulo Roberto Costa, que está preso na Polícia Federal do
Paraná, deve ser solto até segunda-feira (29). Será monitorado por uma
tornozeleira eletrônica. A liberdade é parte do acordo de delação
premiada. De saída, pode-se afirmar que a concessão só está sendo feita
porque se considera que, até aqui, ele efetivamente está contribuindo
para desvendar os meandros dos crimes cometidos pela quadrilha que
operava na Petrobras.
Conforme
o colunista Reinaldo Azevedo, da Revista Veja, há duas semanas, a
revista revelou parte do que ele disse à Polícia e ao Ministério
Público, incluindo a lista de políticos que, segundo ele, se
beneficiaram do esquema. Lá estão cabeças coroadas do Congresso e também
o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Na edição desta semana, VEJA
revela um conteúdo que compõe o núcleo atômico da denúncia. Paulo
Roberto liga o esquema corrupto à eleição de Dilma Rousseff em 2010.
Ainda
conforme Azevedo, Costa, como se sabe, era diretor de Abastecimento da
Petrobras. Por sua diretoria, passavam negócios bilionários, como a
construção de refinarias, aluguel de navios e plataformas e manutenção
de oleodutos. Ele chegou ao posto em 2004 — e lá permaneceu até 2012, já
no governo Dilma — pelas mãos do PP, mas foi adotado depois pelo PMDB e
pelo PT. As empreiteiras que negociavam com ele pagavam 3% de comissão,
e o dinheiro era distribuído, depois, a políticos. Ainda segundo o
colunista, Paulo Roberto pegava a sua parte. Só em uma de suas contas no
exterior, há US$ 23 milhões.
Paulo
Roberto revelou à Polícia Federal e ao Ministério Público que, em 2010,
foi procurado por Antonio Palocci, um dos coordenadores da campanha de
Dilma Rousseff à Presidência. O ex-ministro da Fazenda, que já tinha
sido membro do Conselho da Petrobras, precisava, com urgência, de R$ 2
milhões. Em 2010, Palocci era um dos três homens fortes da campanha de
Dilma. Os outros dois eram José Eduardo Cardozo, hoje no Ministério da
Justiça, e José Eduardo Dutra, hoje numa diretoria da Petrobras.
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