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Gregorio Vivanco
Lopes
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Reportagem, assinada por Leonardo Vieira no jornal “O Globo” (27-7-14), fala da grande procura por missas tradicionais, de rito tridentino, entre os fiéis, especialmente jovens: “Missas em latim, o padre voltado para o altar, rito antigo, mulheres com véu na cabeça, canto gregoriano”.
“Missas tridentinas se difundem pelo Brasil, numa
ressurreição de formas litúrgicas antigas que atrai incontáveis jovens fiéis. O
termo Juventutem, aliás, designa um movimento de volta às
tradições católicas liderado por pessoas de 16 a 34
anos”.
Conta o engenheiro Felipe Alves, 25: “Descobri a
missa há uns anos, é um tesouro. Está claro que tem algo de sagrado aqui. É
possível perceber tanto com os ouvidos quanto com os
olhos”.
A reportagem explica que “foram séculos assim, até
que o Concílio Vaticano II, na década de 1960, introduziu inúmeras mudanças, o
uso da língua local e o padre de frente para os fiéis entre elas. Mas o século
XXI vive uma intrigante retomada de tradições conservadoras na Igreja [...]
Amparadas pelos jovens católicos conservadores, as missas tridentinas crescem
país afora. Em 2007, uma organização independente contabilizou 20 dessas
celebrações no território nacional. Agora, cerca de cem ocorrem com
regularidade”.
Diz o adolescente Eduardo Salomão, 15: “Claramente
prefiro a tridentina. Já cheguei a ser tachado de maluco. O rito contemporâneo
não é para mim. No antigo, a meditação, o silêncio e a beleza
encantam”.
Bárbara Soares, 20, descobriu o rito pela internet. Ela
ficou tão encantada com as primeiras celebrações que “não parou mais de
frequentar as missas”.
Como explicar esse interesse dos jovens – insisto, dos
jovens! – pela Missa tridentina? Uma ação do Divino Espírito Santo, a rogos de
Maria, preparando as almas abertas à sua inspiração para um futuro totalmente
diferente do atual? Futuro que São Luís Grignion de Montfort chamou “Reino de
Maria” e que Nossa Senhora anunciou em Fátima como sendo o triunfo de seu
Imaculado Coração, que se daria depois de terríveis
convulsões?
* * *
Referi esses fatos e reflexões a um velho conhecido com
quem me encontrei casualmente na rua, de barba branca e um tanto alquebrado pela
idade. Quando jovem, ele se entusiasmara com as perspectivas abertas pelo
Concílio Vaticano II e, esquerdista da gema que era, entrara no foguete do
otimismo que o levou até os céus da utopia, certo de que a adorada modernidade
conduziria a uma reconciliação de toda a humanidade, que não haveria mais lutas
nem disputas, fossem elas ideológicas, religiosas ou quaisquer outras. Liberdade
para tudo e para todos, um supra ecumenismo mundial regado à festança e sem a
Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Para ele, a mencionada reportagem não constituía
novidade, pois já a conhecia. Fitou-me com um olhar entre desolado e frustrado,
nada comentando. Depois, virou as costas e afastou-se. Ele representava uma
geração de clérigos e leigos que acreditara na abertura da Igreja para o mundo e
que agora se via desmentida pelos jovens.
(*) Gregorio
Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM
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segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Missa tradicional atrai fiéis
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