Carlos Rhienck/Hoje em Dia
Café Viena: a família Chlad faz questão de oferecer centenas de opções
A cerveja pilsen continua sendo a favorita dos brasileiros,
representando 98% do mercado cervejeiro do país. Mas esse número deve
mudar bastante nos próximos anos. Quem gosta de cerveja mas ainda não
experimentou um produto diferenciado é um cliente em potencial.
O boom de cervejarias artesanais na Região Metropolitana de Belo
Horizonte (especialmente Nova Lima) é a prova de que há muita gente
disposta a conhecer outros sabores e se aventurar no universo dos
rótulos diferenciados.
Uma mostra disso é a Villa Adriana, casa inaugurada semana passada no
Sion. O empreendimento é dos mesmos donos do Adriano Imperador da
Cerveja, um bem-sucedido bar especializado em cervejas mineiras aberto
há dois anos.
“Quisemos expandir o negócio, mas a nova casa não poderia ser igual à
outra. Então, subimos um degrau. Na Villa Adriana, vamos oferecer chopes
e cervejas de outros Estados e países”, afirma Luis Otávio Guimarães
Vieira, mestre cervejeiro e sócio-proprietário do Villa Adriana.
No novo bar, serão oferecidos 21 chopes – sendo 14 importados,
especialmente da Alemanha, Bélgica e Inglaterra. Haverá ainda uma
microcervejaria e o público poderá degustar em primeira mão as receitas
locais.
Quem também aposta em um público amante da boa cerveja é o CCCP, casa
noturna da Savassi que concilia música ao vivo (normalmente, de rock,
jazz e blues) com um bom cardápio de bebidas. Ali estão opções nacionais
e internacionais – por sinal, de amanhã a sábado, a casa realiza um
festival com cinco rótulos da americana Brooklyn Brewery.
“Tem gente que acha que essa cerveja é cara, mas não é verdade. É um
produto de alta qualidade. É a mesma coisa que dizer que um determinado
carro é caro e querer compará-lo ao Fusca. Para quem quiser tomar Skol, a
cerveja diferenciada vai parecer cara mesmo”, afirma o
sócio-proprietário do CCCP, Fred Garzon.
Justamente por causa do preço de mercado das cervejas importadas, a
oferta de chopes da casa é alterada de tempos em tempos. “Algumas marcas
vão ficando inviáveis para a importação em determinada época. Mas logo
já negociamos outras”, diz o empresário, que aposta nas pratas da casa.
“A cerveja que venceu o campeonato mundial este ano, a Wäls Dubbel, só
pode ser encontrada na fábrica da Wäls (no bairro São Francisco) e aqui
no CCCP”.
Uma aventura gastronômica pelos diferentes sabores
Outra novidade na cidade é o Uaimií Brew Pub, inaugurado este mês no
Sion, aos moldes dos pubs europeus. No lugar, são servidos os cinco
tipos de cerveja fabricados na Cervejaria Uaimií, localizada no Córrego
do Lobo, em Itabirito.
“Vimos que o consumidor de cerveja especial gosta de saber das
histórias das bebidas. Por isso, decidimos misturar um pouco a criação
da cerveja com história, especialmente porque nossa fábrica fica na
Estrada Real. Assim, cada cerveja ganhou um nome de personagem
histórico”, conta Normando Siqueira, sócio-proprietário do
empreendimento.
O pub vende chopes intitulados de Barão de Eschewege, Captain Burton,
Chico Rei e Ana de Sá. Esta semana chega o Saint Hilaire, que é uma
cerveja de guarda que estava reservada há dois meses.
Aos mais curiosos sobre a confecção das cervejas, há a opções de fazer
passeios em cervejarias. Várias delas abrem suas portas aos sábados –
como a Cervejaria Küd (rua Kenton, 36, Jardim Canadá, Nova Lima). Grupos
de até 20 pessoas podem agendar visita a partir das 11h.á, as pessoas
conhecem os tanques – todos com nomes de bandas de rock – e se informam
sobre as cervejas – todas batizadas com músicas clássicas. “Mas os nomes
têm a ver com as características das cervejas. Kashmir é o nome de uma
canção do Led Zeppelin, mas também é uma região da Índia, que está
relacionada ao sabor da bebida”, diz Diogo Kfoury, sócio-proprietário do
Brew Pub Küd. Quem se interessar pelo passeio, pode procurar por
cervejariakud.com.br.
Viena
Belo Horizonte possui muitas casas perfeitas para quem gosta de
experimentar novidades, mas talvez nenhuma seja tão completa quanto o
Café Viena, no Funcionários. O espaço nasceu em 1999, com a intenção de
ser um café, mas aos poucos a cerveja se tornou a especialidade da casa –
hoje são mais de mil rótulos.
“Recebemos muitos turistas. Às vezes, acho que o Café Viena é mais
conhecido fora do que em Belo Horizonte”, diz a proprietária Ingrid
Chlad, que batizou o bar em homenagem ao pai, Wilhelm Chlad, que há
algumas décadas foi dono da Mercearia Viena, em Montes Claros.
O bar e restaurante (que já venceu vários prêmios, inclusive um Comida
di Buteco) é administrado por toda a família, sendo que a tarefa de
escolher os rótulos fica nas mãos do filho de Ingrid, Guilherme Chlad,
de 26 anos.
No cardápio, há algumas cervejas bem caras, como a famosa belga Deus
(por R$ 180) e a americana Samuel Adams Boston Lager (de R$ 900). Mas o
carro-chefe é a prata da casa, a cerveja Viena, criada pelo marido de
Ingrid, Wellerson Paulinelli, e Guilherme. “Ela é feita com dois maltes e
um lúpulo e engarrafada no Jardim Canadá. As mulheres adoram, pois é
uma cerveja mais suave”, garante Ingrid.
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