Dia do Troca Troca de brinquedos faz sucesso entre crianças, no Recife

Ideia da feira é formar valores menos materialistas e exercitar desapego.
Site Corujices e bistrô No Quintal promoveram primeira edição do evento.

Do G1 PE

Dia do Troca Troca é feita para criançada trocar brinquedos em bom estado. (Foto: Renan Holanda / G1)

Uma espécie de feira de brinquedos onde não é possível comprar, só trocar. Foi com essa ideia que o site Corujices e o bistrô No Quintal, na Zona Norte do Recife, promoveram na tarde deste domingo (14) o primeiro Dia do Troca Troca. O objetivo é contribuir para a formação de valores menos materialistas nas crianças, além de ser um exercício importante de desapego.

Israel Júnior levou a filha Sofia Maria, de 4 anos.
(Foto: Renan Holanda / G1)

O administrador de empresas Israel Júnior soube do evento pela televisão e, de pronto, decidiu levar a filha Sofia Maria, de 4 anos. "Apesar de ser da área de marketing, me preocupo muito que ela não se torne uma consumista no futuro", explica. Sofia levou livros e um bicho de pelúcia para trocar. Ao chegar, deu de cara com uma boneca e decidiu que queria ficar com ela. Teve sucesso. "Ela é linda, né?", comemorou.
Uma esteira foi estendida em uma área gramada do bistrot e, nela, as crianças deixavam os brinquedos e livros, que recebiam uma etiqueta com o nome do dono. Após uma olhada, os pequenos escohem o que querem levar para casa, procuram o dono e negociam uma troca. Em alguns casos, mais de um brinquedo pode ser usado na mesma transação. A ideia é que os pais ou responsáveis interfiram o mínimo possível. Nesse processo, as crianças levam mais em conta o sentimento do que propriamente o valor dos bens em questão.

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A enfermeira Angélica Avelar levou o filho e a
sobrinha e aprovou a ideia.
(Foto: Renan Holanda / G1)

A enfermeira Angélica Avelar, por exemplo, levou o filho e a sobrinha para participar do Dia do Troca Troca. Larissa, de 5 anos, conseguiu pegar um livro e uma boneca: "Se soubesse que era tão legal, trazia mais coisas para trocar". Diego, primo dela, não largava um minuto da guitarra que conseguiu por meio de uma troca. "É inovador para eles essa iniciativa, a autonomia em negociar sozinhos. Até já sugeri ao colégio que fizessem uma atividade desse tipo", pontua Angélica.
A ideia das parceiras envolvidas no projeto - Cláudia Bettine e Alessandra Barbarini, do site Corujices, e Mariana Barreto, do bistrô No Quintal - é fazer o Dia do Troca Troca de três em três meses. "A ideia é simples e pode ser replicada em vários lugares, na igreja, na escola. O intuito é dar autonomia às crianças e resgatar o lúdico, o simples", afirma Cláudia.