MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Pacientes esperam mais de 8h em posto no RS e polícia precisa intervir


Dois dos quatro médicos não trabalharam na madrugada desta quinta-feira.
Simers diz que local tem pouca estrutura para atender os pacientes.

Paulo Ledur Da RBS TV
Faltou médico em uma das maiores Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Porto Alegre na madrugada desta quinta-feira (26). A UPA da Zona Norte, na Avenida Assis Brasil, ficou lotada de pacientes sem atendimento como mostra a reportagem do Bom Dia Rio Grande, programa da RBS TV (veja o vídeo).
A média de espera dos pacientes por um médico foi de oito horas entre a noite de quarta-feira (25) e a madrugada desta quinta. Teve gente que esperou mais tempo ainda.
"O atendimento para mim está horrível. É a primeira vez que venho aqui. Estou desde as três da tarde [no posto]. Minha filha está doente, com gripe, febre", explica o caminhoneiro Volnei Grilo.
Com os pacientes revoltados, a polícia foi chamada pelo Sindicato Médico para garantir a segurança dos funcionários.
Uma ambulância veio na manhã de quarta-feira (25) de Barão do Triunfo, que fica a 100 quilômetros de Porto Alegre, com uma pessoa que precisava de atendimento. "Cheguei às 8h30 com paciente e estou até agora. O paciente está ali esperando só a assinatura do médico e até agora nada", disse o motorista da ambulância, Adail Poeta. O paciente da ambulância só foi atendido por volta da meia noite.
Dos 22 leitos da UPA, 21 ficaram ocupados durante a madrugada. Segundo um dos coordenadores da unidade, em média, 400 pessoas são atendidas por dia. A demora no atendimento aconteceu porque dois dos quatro médicos clínicos não estavam trabalhando. Um estava de atestado e o outro de folga.
"Houve uma grande demanda de pacientes considerados amarelos, são pacientes que são mais graves, que têm atendimento imediato. Assim, pacientes classificados como verde vão ficando, vão aguardando para o atendimento mais posterior. Os pacientes graves sempre são atendidos em primeiro lugar", disse o coordenador administrativo do local, Alvarim Severo.
Muitos pacientes cansaram de esperar e foram embora.
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) se pronunciou através de uma nota:
O Sindicato Médico do RS (SIMERS) registrou na Polícia o risco de invasão da UPA Zona Norte, em Porto Alegre, na madrugada dessa quinta-feira (26). A medida foi tomada depois que o SIMERS foi ao local (próximo ao terminal Triângulo, na avenida Assis Brasil) para conferir as condições de atendimento e constatou o ambiente de forte tensão e princípio de tumulto entre quase cem pessoas que esperavam atendimento. Alguns presentes incitaram a invasão da área interna do serviço, onde ficam médicos, enfermeiros, dentistas e demais profissionais. A entidade solicitou apoio da Brigada Militar, que foi ao local por volta de 1h para conter o risco de violência.
No boletim na 14ª Delegacia de Polícia, a entidade médica declarou que há número insuficiente de plantonistas (eram apenas dois para atender lista de espera de 97 pessoas por volta de meia-noite) e que a responsabilidade pela situação é dos gestores - Grupo Hospitalar Conceição (GHC) e Prefeitura de Porto Alegre. A população acaba atribuindo a culpa aos plantonistas, que não têm como dar conta de tanta procura e nem há retaguarda de exames e demais serviços para dar agilidade. O Sindicato informou que os usuários chegam a esperar mais de 12 horas, causando ainda mais insatisfação e tensão.
A situação tem sido frequente e só piora devido à pouca estrutura, que se verifica desda a inauguração, em outubro de 2012, na véspera da eleição municipal. A entidade médica tem feito reuniões com os gestores há meses, cobrando a contratação de plantonistas específicos para a UPA, que virou um hospital clandestino, segundo conclusão de vistoria recente do Conselho Municipal de Saúde. Pacientes são mantidos na área de observação, que ontem estava lotada, em vez de serem transferidos a leitos de internação.
Boa parte da demanda que era atendida na emergência do Hospital Conceição, localizada na mesma região, foi deslocada para a UPA, que não oferece o mesmo suporte de um hospital. Moradores da zona norte e de municípios da Região Metropolitana, como Alvorada, buscam o serviço por falta de alternativas. A unidade adota classificação de risco, priorizando casos mais graves, que vira outro foco de revolta constante.

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