Eugênio Moraes/Hoje em Dia
Ricardo Orsini construiu um sistema que recolhe o óleo usado por vizinhos
Quem descarta o lixo incorretamente não apenas suja a cidade:
desperdiça o dinheiro público e ainda aumenta o risco de inundações no
período chuvoso. O que é jogado nas ruas de Belo Horizonte, por exemplo,
entope as bocas de lobo. Para limpá-las, a Superintendência de Limpeza
Urbana (SLU) gasta, em média, R$ 300 mil por mês.
E a quantidade recolhida mensalmente assusta. “Retiramos uma média de
400 toneladas de lixo por mês”, afirmou o chefe do Departamento de
Serviços de Limpeza da SLU, Wiliam Costa Pereira.
A destinação incorreta do lixo é o tema da segunda matéria desta série do Hoje em Dia sobre sustentabilidade.
Além das bocas de lobo, o lixo descartado de forma incorreta no esgoto
causa muitos prejuízos. Conforme o superintendente de serviços e
tratamento de efluentes da Copasa, Eugênio Silva, materiais sólidos como
cotonetes, garrafas pet, papéis não biodegradáveis e gordura lançados
na rede de esgoto entopem as tubulações.
Desfazer-se dos dejetos sem o devido cuidado também pode provocar um
refluxo do esgoto, jogando de volta os dejetos para as ruas ou
residências. “Tiramos, por dia, 35 toneladas de lixo apenas das
tubulações”, contou.
O material que mais causa entupimento das tubulações é o óleo de
cozinha jogado diretamente no ralo da cozinha. Isso ocorre porque ele se
solidifica quando cai no esgoto.
Por isso, a forma mais correta de descartar esse produto é armazená-lo em garrafas e encaminhar para a reciclagem.
Em Belo Horizonte, há supermercados com postos de coleta. Para
facilitar essa etapa, o engenheiro civil Ricardo Orsini construiu um
prédio no bairro Santo Antônio, zona Sul da capital, onde todos os
apartamentos têm sistema de recolhimento do óleo usado.
Por meio de uma tubulação de cobre instalada em cada unidade, o morador
pode despejar o produto, que cai em um reservatório. O óleo é doado à
empresa Recóleo, que o transforma em biodiesel ou sabão. “Por mês são
recolhidos cerca de 30 litros de óleo”, diz Orsini, também morador do
prédio.
Em troca do produto doado a empresa devolve materiais de limpeza ao
condomínio que, assim, ainda corta custos. “Os moradores acham
interessante pela questão da sustentabilidade e pelo conforto de poder
descartar o óleo de forma correta”, pondera.
Receita de sabão caseiro
- 1 litro de óleode cozinha usado
- Meio copo (100 ml) de água
- Meio copo (100 ml) de álcool ou desinfetante
- 1 copo (200 ml) de soda cáustica líquida
Modo de fazer:
Bater todos os ingredientes dentro de uma garrafa pet. Derramar a mistura em uma forma retangular e deixar secar por 24 horas.
Fonte: Fernanda Piló - Centro Mineiro de Referência em Resíduos
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