Há uma insatisfação na sociedade brasileira
que se manifestou, nos últimos tempos, com protestos diversos, ruidosos e
frequentes; greves muitas vezes radicalizadas – inclusive na área de serviços
públicos, como os de segurança e dos transportes coletivos. De modo geral, os
cidadãos estão descontentes com o atendimento à saúde, com a educação sofrível e
com a falta de moradia, principalmente nas grandes cidades.
Mesmo entre aqueles que declaradamente
apoiam os atuais governos em todos os níveis, há um anseio por mudanças e
melhorias. Destaco as reivindicações constantes por mais segurança, pelo fim da
corrupção e pelo acesso a Justiça. Mas acrescento problemas crônicos que
concorrem para o estado de ansiedade permanente das pessoas: uma distancia entre
representante e representados, os limites de nossa Democracia representativa e a
ausência de projetos nacionais e de lideranças que sejam efetivamente
referencias de postura e para as ideias e os ideais que constituam a
Nação!
Acho que é momento para refletir sobre esses
assuntos, em todos os níveis. As pesquisas, as instituições, os sindicatos as
associações profissionais devem inquirir os cidadãos porque querem mudanças e o
que desejam. Precisamos respostas qualitativas. Precisamos de coragem e postura
cívica para discutir o que precisa ser modificado, substituído. Tenho certeza
que todas as respostas, em níveis que refletirão nossa diversidade, vão
convergir para a indispensável necessidade de Reformas
Institucionais.
A reforma política é uma delas. Temos 32
partidos mas há anos as eleições estão polarizadas entre pouquíssimos partidos
que muitas vezes agem. Defendendo o voto distrital misto, o financiamento
publico da campanha e assim por diante num esforço para qualificar a
representação política. Sem lógica nas coligações a não ser a de desfrutar o
poder. Mas outras reformas, como a administrativa, a fiscal e a do Judiciário
devem ser postas em marcha também sob pena de continuarmos penalizando os
cidadãos. O sistema tributário nacional – um dos maiores arrecadadores do mundo
– prejudica os brasileiros mais pobres com impostos diretos e indiretos sobre o
consumo e desestimula o investimento. A Justiça tarda e falha porque assiste
melhor aos mais abastados; a administração, com milhares de cargos de confiança
mas não de carreira, privilegia seu próprio funcionamento ao invés de eleger a
satisfação dos brasileiros como princípio e fim da sua
existência.
Precisamos de reformas previdenciária e
trabalhista que respeitem direitos, conquistas, méritos, mas principalmente
preparem como concorreremos com a nossa realidade demográfica e as modificações
que a tecnologia impõe ao mundo do trabalho. Necessitamos reformar as escolas
para que formem cidadãos ao invés de competidores e preparem todos para um
aprendizado permanente. É mais do que certo que carecemos de saúde pública, de
prevenção e vida saudável para reformar o viés da medicina curativa que exige
centenas de especialidades, de hospitais e consome milhões de Reais para tratar
das doenças.
Lamento que no seu último ano de governo, a
Presidente Dilma Roussef nada pode apresentar que demonstrasse sua disposição
e/ou empenho para que estas reformas se realizassem, mesmo dispondo de ampla
maioria no Congresso Nacional.
Foram quatro anos em que nenhuma reforma ou
projeto estratégico caminhou!
Reforma institucional é o caminho
politicamente correto para consolidar as bem sucedidas estabilidade econômica e
distribuição de renda conquistadas nas últimas duas décadas. As eleições devem
ser uma oportunidade para refletir sobre o assunto, cobrar posicionamentos de
todos os candidatos sobre isto e amadurecer propostas que poderão ser postas à
mesa logo nos primeiros minutos dos próximos mandatos. Isso só se faz com o
resgate da atividade política. Com essas ideias eu me
comprometo!
17/06/2014
Arnaldo Jardim. Deputado
Federal PPS/SP. arnaldojardim@arnaldojardim.com.br
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Twitter: @arnaldojardim
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