MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 2 de junho de 2014

A Copa do Mundo é nossa?



Gostaria de escrever sobre o tema consciente, esperançoso, convicto que o meu país fez o correto. Mas não é possível, não posso concordar que o País do Futebol promova uma Copa do Mundo diante de tantas outras prioridades! É como se eu morasse em um dos maiores palácio do mundo, com jardins, flores, esposa formosa, muitos filhos, entretanto, vazio em móveis, sujo, escasso em comida, roupas, eletrodomésticos, esgoto. E ainda, construísse piscina, quadras de esportes, comprasse carros, só para mostrar aos filhos, parentes, amigos e vizinhos que tudo tá ótimo, que o bem-estar e a riqueza imperam! Poderia até pensar em um Brasil subdesenvolvido, que deseja crescer, revelar-se um país moderno.  Mas não sou hipócrita. O Brasil atual tá de cabeça pra baixo, um caos! Na verdade, o que funciona bem no País?
No ano passado, escrevi sobre a Copa das Confederações no Brasil, disse que desde 2007 - quando a FIFA ratificou o Brasil como país-sede da Copa do Mundo de 2014, e depois de seis anos o que fez o Brasil de concreto para melhorar os graves problemas, sobretudo de infraestrutura? O Itaquerão, em São Paulo - estádio que abrirá a Copa em 12/6/2014 -, ficará pronto em cima da hora! Aeroportos, rede hoteleira e transportes públicos deficitários - metrô, ônibus superlotados, táxis malconservados, engarrafamentos intermináveis. País limitado em tecnologia 3G, teremos pane na internet e escassez de profissionais capacitados para atender o turista... A improvisação reinará como sempre! Ufa!...
Como pode um país ter coisas do Primeiro Mundo - “recursos para bancar” Copa, Olimpíadas - e permitir tantas mazelas ao seu povo? Só que o “tiro vai sair pela culatra”, porque o que era marketing agressivo do País, o mundo verá, de fato, como é e como funciona um Brasil inventado pelo atual governo e o verdadeiro Brasil dos brasileiros!
 Certamente que para a FIFA o Brasil virou terrível aflição! Agora compreenderá que não se pode esperar muito de quem pouco pode oferecer. Especialmente, nos itens experiência, competência, ética. Sem considerar as especulações de manifestações dos insatisfeitos na época da Copa! Será um sufoco!
Certo mesmo é que nas cidades-sede da copa, algumas coisas funcionarão muito bem, especialmente, segurança, ruas tranquilas, cidade limpa, sem buracos, ladrões na cadeia, pivetes, menores infratores-bandidos-assassinos detidos, mendigos, malandros, ambulantes, flanelinhas e mães que exploram seus filhos acomodados em casa, enfim, o povo em “lua de mel” com a paz! Pena que no dia seguinte ao fim da Copa do Mundo, a bagunça, desordem, insegurança, invasões, assassinatos, roubo, corrupção, medo voltarão a fazer parte do cotidiano. Ufa!...
Esta realidade assusta-me, já disse. Deixando-me frustrado! Não pela competição internacional de futebol, faço parte deste imaginário cultural, o Brasil, o mundo precisa do esporte. Sou apenas contra o modelo corporativo, corrupto, inescrupuloso dos políticos e empresários gananciosos! Sinto-me, portanto, “objeto” dos falsos, maus e corruptos governos; não me sinto um ser vivo, baiano, brasileiro, trabalhador honesto, digno, que ama e faz o que pode pelo seu país! Por conseguinte, percebo, que o meu valor como cidadão é desprezível, porque serão os turistas, entidades, governos estrangeiros, a mídia internacional que usufruirão aquilo que o Brasil, de fato, “pode” oferecer. No entanto, nega-nos o que temos direito diante da Constituição brasileira e de Deus! A tranquilidade, a paz.
Insisto, não sou pessimista. Apenas realista diante de um governo populista, frouxo, inoperante, incompetente, corrupto! Mas, vamos Brasil, um dia chegamos lá. E “a Copa do Mundo é nossa, com brasileiro, não há quem possa...”.

Sérgio Belleza é autor dos livros, Caminhado com Walkyria e    Ascensão e Queda de um Império Econômico.

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