Comunidades indígenas do AM dizem ser contra ocupação da Funai

Grupo ocupa sede desde dia 4 de novembro pedindo saída de coordenador.
Segundo indígenas de base, invasão prejudica projetos em comunidades.

Do G1 AM

Representantes dos 19 municípios que integram as comunidades indígenas de base se reuniram na terça-feira (19) para protestar quanto a ocupação do prédio da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Manaus. Eles alegam que a ocupação que ocorre desde o dia 4 de novembro está prejudicando o andamento dos projetos administrativos pela Funai no interior do Amazonas.
Segundo os indígenas de base do Amazonas, a invasão à sede da Funai tem prejudicado as comunidades. "A Funai não tem com desenvolver nada. Tenho certeza que todas as aldeias estão sentindo o problema", afirmou o cacique dos Mundurukus, Manoel Munduruku.
Os representantes afirmaram ainda que não apoiam a exoneração do coordenador regional da Funai. "O coordenador não está dando atenção para índios, mas isso aí é um significado para nós que não existe", completou Munduruku.

De acordo com eles, antes de terem invadido, os indígenas que ocupam o prédio deveriam ter se reunido com todos os representantes das comunidades do Amazonas. "Se vê um movimento reduzido por um grupo com interesse pessoal que acaba prejudicando esses 19 municípios que abrangem a coordenação regional do Rio Negro", explicou o diretor da federação dos grupos indígenas do Rio Negro, Marivelton Baré.
Nesta sexta-feira (22), deverá ser realizada uma reunião com a Funai, o Ministério Público Federal e com os representantes indígenas para tentar resolver o impasse. "A Coiab esteve em Brasília e buscou uma audiência com a presidência da Funai. Entregamos um documento colocando a nossa preocupação com tudo isso, mas a Coiab não aprova esse tipo de ações isoladas. Estamos aqui para trabalhar em prol dos direitos coletivos", destacou o coordenador da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), João Neves.

Ao todo, 28 indígenas da cidade de Autazes, a 113 Km de Manaus, ocupam o local (Foto: Jamile Alves/G1 AM)