Rob Zombie faz 'filme de terror ao vivo' e sai aclamado com 'olê Zombê'

Cantor e diretor levou telões extras com visual macabro e som impactante.
Ele encarnou 'cowboy do inferno', 'hippie do mal' e focou em CD de 1998.

Rodrigo Ortega Do G1

Show de Rob Zombie no palco Sunset (Foto: Luciano Oliveira/G1)

O cantor e diretor de filmes de terror Rob Zombie levou dois telões extras ao Palco Sunset e fez show com visual e música impressionantes nesta quinta (19) no Rock in Rio. Quase no final, o público saudou o músico cantando "olê, olê, olê, Zombê, Zombê".

O show começou pouco depois das 19h30 e durou uma hora. O repertório teve quase metade das músicas do disco "Hellbilly deluxe", primeiro solo dele, de 1998 - destas, a melhor foi o encerramento "Dragula". Entre as mais cantadas estiveram as da sua antiga banda, White Zombie, "More human than human" e "Thunder kiss '65". O som do Palco Sunset, que esteve baixo e embolado em outros shows, funcionou melhor desta vez, pelo menos mais perto do palco.
O clima de "filme de terror ao vivo" fica por conta do telão, do visual da banda e do metal com ecos de industrial e até variação pesada de rockabilly, sempre em tom grave com vocal cavernoso. No palco, Rob comemorou a volta ao Brasil após quase vinte anos. Em 1996, ainda no White Zombie, ele veio ao Hollywood Rock.
Demônios, explosões, animações cheias de sangue e Jesus na cruz pegando fogo estão entre as imagens de vídeos especiais para cada música. Rob Zombie entende do assunto: já dirigiu vários clipes e filmes, inclusive dois longas da série "Halloween" e o recente "The lords of Salem".
Trechos das letras ajudaram nos coros do público. O show causou impacto mesmo sem todo o apetrecho que o cantor tem levado em turnê. Ele cantou em cima de uma plataforma baixa, em vez da enorme cabeça de esqueleto em que costuma se apresentar.
"Meet the creeper" abre o show com imagens de Charles Manson, famoso líder de seita condenado por assassinatos nos EUA nos anos 60. Rob e a banda trocam de roupa várias vezes durante o show. Ele entrou como um "cowboy do inferno" e ironizou o visual hippie com caveiras e calça boca-de-sino.
Enérgico, ele cantou "More human than human" carregado pelo público. Em "Thunder kiss '65", voltou a descer, enquanto o guitarrista fazia um longo solo de guitarra. O solo alongado, mesmo fugindo do metal melódico, foi o momento que mais lembrou as bandas mais tradicionais que tocaram antes no Palco Sunset. As outras tiveram visual e música bem menos interessantes do que os de Rob Zombie.

Show de Rob Zombie no palco Sunset (Foto: Luciano Oliveira/G1)