Distribuidoras trocavam fontes mais baratas por recursos mais caros, para justificar maior alta de preços, aponta TCU
Bernardo Caram, de O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O Tribunal de Contas da União identificou novo
erro na cobrança de conta de luz dos brasileiros. O órgão considerou
ilegal resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que
autorizou as distribuidoras a trocar contratos de energia mais barata
por energia mais cara, o que elevou o índice de reajuste tarifário de
maneira artificial.
Na prática, as distribuidoras rompiam contratos mais baratos de energia, como de hidrelétricas, antes do vencimento. No lugar deles, efetuavam compras em leilões para fornecimento de energia em contratos de curto prazo de fontes mais caras, como termoelétrica e eólica. A manobra tornava justificados aumentos mais forte na correção anual.
Seis companhias estão envolvidas na falha - Ampla Energia e Serviços (Ampla), Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Companhia Paulista Força e Luz (CPFL Paulista), Distribuidora Gaúcha de Energia (AES Sul), Rio Grande Energia (RGE) e Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE).
De acordo com a decisão do TCU, a Aneel tem 90 dias para fazer um levantamento em todas as companhias do País e averiguar se o problema pode ser maior. O documento, entretanto, não define quais as providências devem ser tomadas após esse prazo e se o valor cobrado a mais deverá ser devolvido ao consumidor.
No ano passado, foi identificada outra cobrança indevida, dessa vez no valor de R$ 7 bilhões. Em dezembro, o TCU decidiu que não tem competência para julgar o processo que pedia o ressarcimento do valor aos consumidores.
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