MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Ministério Público começa investigar epidemia de diarreia em Alagoas

Doença já matou 37 pessoas no estado e atingiu 27 municípios.
Outras 40 cidades estão em estado de alerta.

Do G1 AL

Cidade de União dos Palmares enfrenta surto de diarreia  (Foto: Reprodução/TV Gazeta)37 pessoas morreram por cuasa da dierreia.
(Foto: Reprodução/TV Gazeta)
O Ministério Público Estadual (MP) vai investigar a epidemia de diarreia que matou 37 pessoas só este ano em Alagoas. Foi agendado para quinta-feira (18) uma reunião na sede do MP em Arapiraca, interior de Alagoas. O encontro entre procuradores e promotores visa construir um plano de ação para começar a investigar as causas do surto da doença que já atingiu 27 municípios e deixou 40 em alerta.
A reunião será comandada pelo procurador de Justiça Geraldo Magela e também terá a participação dos promotores José Carlos Castro e Napoleão Calheiros, coordenadores do Núcleo de Defesa do Patrimônio Público; dos promotores Micheline Tenório e Alberto Vieira, coordenadores do Núcleo de Defesa da Saúde Pública, do promotor Saulo Ventura, coordenador do Núcleo de Defesa do Consumidor de Arapiraca e de promotores da comarca de Palmeira dos Índios.
“Vamos fazer um levantamento, com base no relatório que recebemos da Secretaria de Estado da Saúde, dos municípios atingidos pela epidemia e onde os óbitos ocorreram. Depois disso, elaboraremos uma estratégia de atuação, que vai começar pela cobrança de explicações aos órgãos responsáveis pelo tratamento e distribuição da água naquelas cidades. Ouviremos a Casal, as prefeituras, o Estado e o até o Exército, que é o responsável pelo transporte dos carros-pipas”, explicou Geraldo Magela.

O coordenador do Núcleo de Defesa do Patrimônio Público confirmou que a Sesau enviou ao MP um relatório que aponta a situação da epidemia em dezenas de cidades, principalmente, nas regiões do Agreste e Sertão. “Mortes por diarreia são comuns em países subdesenvolvidos, o que não é o caso do Brasil. Vamos cobrar dos gestores públicos mais respeito à saúde da população e medidas urgentes para tentar reverter o problema, antes que outras pessoas também morram por causa de uma grave desidratação”, declarou José Carlos Castro.
A promotora Micheline Tenório lembrou que, só no último mês de maio, os atendimentos médicos para casos de diarreia aumentaram mais de 200% em relação ao mesmo período do ano passado. “Em 2012 também houve chuva e foram registrados casos de pacientes que foram atingidos por essa enfermidade. Entretanto, agora em 2013, os números assustam porque já ultrapassam a casa de 28 mil pessoas doentes, com 37 mortes entre maio e junho. São 27 cidades em epidemia e outras 40 em estado de alerta permanente porque já apareceram pacientes com a mesma doença. O que o MP quer é que cada órgão reconheça onde houve falhas e comece a consertá-las imediatamente. A vida de um cidadão que está doente não pode esperar”, alertou.
Sujeira toma conta das margens do canal da Levada (Foto: Jonathan Lins/G1)Apenas 15% de toda a rede de esgoto em Alagoas
são tratados. (Foto: Jonathan Lins/G1)
Saneamento básico
Em junho deste ano o G1 fez uma reportagem sobre o tratamento de esgoto no estado. Apenas 15% de toda a rede de esgoto em Alagoas são tratados, segundo a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra).

Uma pesquisa realizada pela ONG Trata Brasil, divulgada no início deste ano, mostra que Maceió está entre as dez piores cidades do país sem saneamento básico. Foram registrados cerca de 300 casos de internação por 100 mil habitantes.
A pesquisa foi realizada em 81 cidades com mais de 300 mil habitantes entre os anos de 2003 e 2008, quando houve 67,3 mil internações por diarreia nessas cidades. Em 2011, os gastos com esse tipo de internação chegaram a R$ 140 milhões no país.

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