Aulas são para quem vai curtir a folia, mas não sabe dançar direito.
Mulheres querem aprender ‘charmes’ e truques para chamar atenção.
Aula de samba em academia de Moema, na Zona Sul de SP (Foto: Clara Velasco/G1)
Com a aproximação do carnaval, os ensaios das escolas de samba e os
blocos de rua estão cada vez mais animados e frequentes, convidando a
todos a mostrar seu gingado nas quadras e avenidas. Aproveitando a
oportunidade, uma academia em Moema, na Zona Sul de São Paulo,
criou um “intensivão de carnaval” para ajudar aqueles que não têm muito
molejo e samba no pé a fazer bonito na festa de São Paulo.“O público alvo é realmente o pessoal que quer fazer um diferencial no carnaval. Eles gostam da folia, mas às vezes não sabem dançar, ficam só no dois para lá, dois para cá. Por isso, nós ensinamos o básico para que eles possam ter mais segurança e soltar mais o corpo”, diz Alexandre Lopes, professor de dança do curso na Interativa Dance.
Andrea Costa quer aprender para quando sair
com os amigos (Foto: Clara Velasco/G1)
É exatamente para aprender a sambar bonito que a secretária Eliana
Basso decidiu participar do curso. “O pessoal do trabalho está marcando
de sair em um bloco de rua no carnaval, e aí ninguém quer fazer feio. Já
estou me antecipando, e aprendendo pelo menos um pouquinho para chegar
lá e tirar onda, arrasar”, disse durante a primeira aula do curso, nesta
segunda-feira (28).com os amigos (Foto: Clara Velasco/G1)
Já Andrea Santana Costa, de 31 anos, afirmou que ainda não tem planos para o carnaval, mas já está aprendendo a dançar direito na expectativa de receber convites. “O carnaval está aí e eu não sei sambar, fico só com o dedinho para cima. Tenho que aprender para desfilar e para quando eu for sair com os amigos. Depois dessa aula vou arrasar, vou sair daqui quase uma Globeleza”, brincou.
Charmes e floreios
Segundo Lopes, as mulheres procuram as aulas com a preocupação de saber dançar bem. “Para elas, incomoda o fato de chegar outra mulher e chamar mais atenção, dançando melhor. Elas querem chegar em um lugar e ser a sensação”, comenta. Por isso, ele busca ensinar para as alunas mais movimentos de braço e quadril, com mais “floreios e charmes”.
Para Simone Carlini, de 31 anos, são esses detalhes que realmente importam. “Quero aprender mais a parte de fazer charme, de brincar com a mão. Mulher tem que ter um negócio diferente, não pode dançar igual a homem”, disse. Eliana concorda. “Quero fazer aqueles charminhos, aquelas coisas que a gente vê que fica lindo, meio rainha de bateria. Sem a técnica, você não consegue fazer isso”, comentou.
Danilo Correia quer sair no bloco de rua de seu
bairro (Foto: Clara Velasco/G1)
Homens do sambabairro (Foto: Clara Velasco/G1)
Engana-se, porém, quem acha que o curso apenas atrai as moças. De acordo com Lopes, que ministra o “intensivão” há quatro anos, os homens também se interessam pela oportunidade de treinar o samba no pé. “Eles estão achando cada vez mais uma necessidade de dançar bem para poder se aproximar das mulheres. Tem cara que leva fora, por exemplo, porque não sabe dançar. Quem dança se dá melhor, pois vai chegando e pedindo para ficar junto, depois vai conversando e pronto”, determina o professor.
O estudante José Filinto Marques Júnior, de 23 anos, concorda que saber dançar bem ajuda na paquera, mas ele não gosta de dançar com uma menina já com a intenção exposta. “Eu vou mais com a intenção de curtir, mas se rolar uma química, melhor. Dá para conhecer muitas pessoas com a dança”, disse.
Além da parte da paquera, o estudante disse que pretende participar de ensaios das escolas de samba, como o da Rosas de Ouro. “Eu fui no ano passado, mas não sabia sambar, só fiquei parado. Neste ano, com as aulas, já vai dar para mostrar uns passos”, comentou.
É para poder sair no bloco de rua do seu bairro sambando bem que o jogador de futebol Danilo Antônio Cardeal Correia, de 20 anos, se inscreveu no curso. “Quero pegar um molejo e aprender a sambar. Eu sempre saio no passinho, disfarçando, mas, com as aulas, vai dar para tirar uma onda”, brincou.
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