Luana Almeida A TARDE
A ação, que não especifica que o terreno abriga um terreiro, tramita há dez anos. Os herdeiros de Ângelo Gagliano alegam, na ação, que a doação não tem caráter legal, pois não há documentos oficiais que deixem comprovada a concessão do espaço. A reportagem de A TARDE tentou, na noite desta sexta-feira, contato com os herdeiros mas não obteve retorno. Foram feitas seguidas ligações telefônicas, sem sucesso.
Despejo - A ordem de despejo foi recebida pelo advogado do terreiro, Paulo Asper, na última segunda-feira e não cabe mais recurso. De acordo com o babalorixá do Ilê Axé Ayrá Izo, Franklin Santos, representantes da comunidade religiosa já tentaram firmar um acordo com os herdeiros de Gagliano desde o início da disputa judicial, mas não tiveram sucesso. "Judicialmente, já não há mais o que fazer, mas o que esse terreno abriga não são apenas blocos de concreto. É a cultura religiosa de uma comunidade", afirmou.
De acordo com o secretário Elias Sampaio, o órgão está articulando, com outras instituições, a melhor forma de oferecer apoio ao terreiro. "Trata-se de um espaço religioso e cultural tradicional. Nenhuma ordem judicial justifica o despejo. Nosso papel é tentar intervir da melhor maneira possível", disse.
Por meio de nota, o presidente da Comissão de Promoção da Igualdade da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado estadual Bira Corôa (PT-BA), informou que vai oficializar, em caráter de urgência, o pedido de tombamento provisório do terreiro. "Queremos envolver os órgãos responsáveis e discutir a situação", diz trecho da nota.
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