João Pedro Pitombo A TARDE
Para datas como Natal e Réveillon, já é difícil encontrar passagens de ida e volta por menos de R$ 1 mil para destinos como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Em um período de apenas duas semanas, uma passagem de ida e volta para o Rio de Janeiro que podia ser comprada por R$ 900 passou a custar até R$ 2.722, num reajuste de 200%. Nas datas próximas ao Réveillon, uma passagem de ida e volta partindo de Salvador para a capital fluminense chega a R$ 4.026.
Quem planejou viagem para este período, assustou-se com os novos preços. Foi o caso da auxiliar de enfermagem Anunciação Cerqueira, que embarcou ontem para São Paulo com os três irmãos. A passagem de ida saiu por R$ 750, preço muito acima do que esperavam. "Foi muito caro. Mas como havíamos programado para visitar a família, acabamos comprando", diz Anunciação.
Já quem se planejou, conseguiu passagens mais baratas. O casal paulista Carlos Bastos e Laura Carina, por exemplo, comprou passagem para Salvador com três meses de antecedência. Por isso, a viagem coube no orçamento da família. "O ideal é monitorar as promoções", explica Carlos.
Demanda em alta - O fim do período de baixa estação com a consequente ampliação da procura, aliada a uma redução da oferta de voos, são os fatores apontados para os reajustes nos preços das passagens aéreas. Presidente da Associação Brasileira de Agência de Viagens na Bahia (Abav-BA), Pedro Galvão, afirma que os aumentos de preço são recorrentes no início da alta estação.
Contudo, ele diz que este ano os reajustes foram superiores. "A maioria das companhias aéreas estão com tarifas cheias, sem nenhum desconto", afirma Galvão. O cenário de prejuízos das companhias aéreas nos últimos meses, aliado à redução da concorrência após a confirmação da compra da Webjet pela Gol Linhas Aéreas também tem impacto no novo cenário de preços.
"Estamos numa situação de duopólio em que duas empresas dominam o mercado doméstico. O desejo do trade turístico é que haja uma abertura do setor para empresas de fora do país. Mais concorrência gera melhor serviço e preços competitivos", avalia Pedro Galvão.
No setor de turismo, os impactos do reajuste ainda não foram sentidos, conforme explica Maira Carvalho, consultora de viagem da agência Turismar. "Mesmo com as passagens mais caras, a procura continua boa", afirma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário