Com longas filas de espera, hatches 1.0 brigam para provar qual merece a paciência do consumidor
29/11/2012 16h31
- atualizado às
17h10 em 29/11/2012
Se considerar apenas a questão da disponibildiade, o consumidor vai acabar escolhendo o Chevrolet. O preço, também, pesará a favor. Isso porque na configuração avaliada, o HB sai por R$ 36.995, com pintura sólida. Enquanto o rival é vendido R$ 34.990 - já com os opcionais ar-condicionado e MyLink, que somam R$ 3,3 mil ao valor de entrada. Ambos contam com airbag duplo, ABS e direção hidráulica.
Contudo, vale lembrar que sem os modelos disponíveis para este ano, fica difícil saber como as montadoras vão trabalhar os custos a partir de 1º de janeiro, quando terá fim (até segunda ordem) a redução do IPI. Em rápida consulta às revendas, encontramos posicionamentos distintos. Enquanto a maior parte dos vendedores da Hyundai diz que o retorno dos 7% de IPI será imediato e integral, alguns funcionários das concessionárias Chevrolet acenam com a possibilidade do aumento gradativo do preço do Onix - que tem sido oferecido com sobrepreço de R$ 1 mil, em média.
O tempo de espera e o preço são os primeiros passos para diferenciar os modelos. Mas há muitas coisas que ambos têm em comum. Por exemplo, eles parecem carros de um segmento superior e apresentam estilo bem resolvido. Não vou entrar no mérito da beleza. Mas é claro que o Hyundai tem design arrojado e moderno e que o Onix consegue se descolar, e muito, das linhas controversas que a Chevrolet deu a Spin e Cobalt - modelos com os quais ele compartilha a plataforma. Vejamos se em outros quesitos os dois também estão lado a lado.
Desempenho e comportamento
Em termos de potência, os dois hatches empatam, entregam 80 cv quando abastecidos com etanol. O motor Kappa 1.0 12 válvulas do Hyundai, porém, é mais moderno; tem três cilindros e duplo comando de válvulas variável. O propulsor do Onix não traz grandes avanços: é uma atualização do 1.0 V8 VHC-E. A Chevrolet garante que 80% de seus componentes são novos, que o atrito interno foi reduzido e que o torque em baixas rotações aumentou.
A espera vale? | |
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"Quem não tem urgência pode escolher o modelo que mais gostar e esperar. Para quem tem pressa, a resposta está clara nos prazos", fala o consultor de mercado José Eduardo Favaretto. "Outro fator que deve ser analisado é a necessidade de dar um sinal para fazer a reserva. Nesse caso, é preciso fazer contas. Afinal, o dinheiro vai ser entregue com até seis meses de antecipação e não será corrigido, sendo que poderia ficar rendendo em alguma poupança ou aplicação. Nessa situação, o prazo mais longo para a entrega depõe contra", completa. |
Na hora de frear, vantagem, de novo, para o HB, que percorre 26,6 m antes de parar totalmente quando está a 80 km/h. O Onix precisa de mais de espaço, 29,4 m.
O trabalho dos dois propulsores com seus respectivos câmbios merece elogio. Os componentes atuam afinados nos dois casos e as transmissões apresentam engates precisos. No HB, o câmbio é mais curtinho. No Onix, mais macio. A maciez se repete na suspensão e não tira a estabilidade do Chevrolet. Ao contrário, garante equilíbrio em curvas e pouca inclinação da carroceria. O HB também se comporta bem nessas situações, mas sua suspensão é mais ríspida e ruidosa - especialmente ao enfrentar buracos.
Esqueça o que se vê no Cobalt ou no Agile. O interior do Onix é mais agradável, mesmo com a forte presença de plástico - que, ao menos, é bastante agradável ao toque. O maior senão está no descuido com detalhes. A unidade avaliada no lançamento do veículo, em outubro, apresentava pequenas rebarbas e peças mal encaixadas, tropeços que se repetiram no modelo que veio para a redação. Um exemplo estava no desalinhamento da tampa do porta-luvas superior. No HB20 também há profusão de plástico. Mas as portas, ao menos, trazem forração parcial de tecido. A construção também é caprichada, com encaixes benfeitos e sem rebarbas.
Ergonomia
O motorista fica bem acomodado tanto no Hyundai quanto no Chevrolet. O banco do Onix dá mais suporte ao corpo e, assim como no HB, pode ter a altura do assento regulada. O "coreano" leva vantagem, contudo, ao oferecer volante ajustável em altura e profundidade. Os comandos são mais acessíveis no HB20, especialmente os botões do ar-condicionado, em local central e privilegiado no console central.
Faltou um pouco de cuidado com o posicionamento de certos componentes do Onix. Para acionar os vidros elétricos, por exemplo, o motorista tem de voltar bastante o braço para alcançar as teclas. Fechar a porta também é trabalhoso. Quem entra no carro pela primeira vez, fatalmente, corre a mão em falso pela porta, já que o puxador está igualmente recuado.
Bem, vamos partir do princípio que estamos falando de hatches compactos. Portanto, veículos que, invariavelmente, não são referência quando se trata de conforto para cinco ocupantes. Dito isso, podemos destacar o fato de que Onix e HB20 pecam ao cuidar de quem viaja no assento central do banco de trás, já que não há encosto de cabeça ou cinto de três pontos em nenhum deles. O HB ganha um ponto ao oferecer sistema Isofix para a fixação de assentos infantis. Mas perde um para o Onix por conta dos assentos que deixam os ocupantes muito "afundados".
A distância entre-eixos de 2,53 m do Onix, ante 2,50 m do HB, é pequena. Mas deixa mais espaço para as pernas no primeiro, que também reserva mais espaço para os ombros. A altura de ambos garante que pessoas de estatura mediana não andem com a cabeça resvalando no teto.
A Hyundai divulga um porta-malas 20 litros maior, com capacidade para 300 l. Mas a Chevrolet oferece uma rede para ajudar na acomodação de objetos.
O principal diferencial do Onix serve a passageiros e motorista: o monitor de LCD sensível ao toque. Com sete polegadas, ele permite ver fotos e vídeos de dispositivos como pen drives, acessar podcasts e aplicativos, além de oferecer conexão Bluetooth (indisponível no sistema de som do HB20). Os comandos são bastante intuitivos e simples de usar.
No fim das contas, o HB20 se mostra mais desenvolto e oferece mais ergonomia e qualidade de acabamento. O Onix acomoda melhor os ocupantes, investe na moderna central multimídia e tem comportamento equilibrado. Na ponta do lápis, o Hyundai ganha muito apertado para o HB (veja tabelas de testes e notas). Os cinco anos de garantia, contra três do Onix, é mais um ponto a favor. Mas a ampla rede de concessionárias da Chevrolet compensa a diferença.
Chevrolet Onix 1.0 LT | Hyundai HB20 1.0 Comfort Style | |
Carroceria | ||
Estilo | 9,0 | 9,5 |
Posto de comando | 8,5 | 9,0 |
Passageiros (2x) | 8,5 | 8,0 |
Porta-malas | 8,5 | 8,5 |
Equip. de comodidade | 8,5 | 8,0 |
Equip. de segurança | 8,0 | 8,5 |
Acabamento (2x) | 8,5 | 9,0 |
Subtotal | 76,5 | 77,5 |
Dinâmica | ||
Motor | 8,0 | 8,5 |
Freios | 8,0 | 8,5 |
Suspensão | 8,5 | 8,0 |
Desempenho (2x) | 8,0 | 8,5 |
Consumo (2x) | 8,5 | 9,0 |
Dirigibilidade (2x) | 8,5 | 8,0 |
Câmbio | 9,0 | 9,0 |
Subtotal | 75,0 | 77,0 |
Mercado | ||
Preço (2x) | 8,5 | 8,0 |
Atualidade | 10,0 | 10,0 |
Subtotal | 27,0 | 26,0 |
Total | 178,5 | 180,5 |
Média Final | 8,5 | 8,6 |
Chevrolet Onix 1.0 LT | Hyundai HB20 1.0 Comfort Style | |
Aceleração | ||
0 – 100 km/h (s) | 15,0 | 15,1 |
0 – 400 m (s) | 19,5 | 19,5 |
0 – 1.000 m (s) | 36,5 | - |
Velocidade a 1.000 m | 139,8 km/h | - |
Retomada de velocidade | ||
40 – 80 km/h (3ª) | 9,4 | 8,8 |
60 – 100 km/h (4ª) | 15,1 | 13,5 |
80 – 120 km/h (5ª) | 28,1 | 21,9 |
Frenagem | ||
100 km/h (m) | 46,1 | 42,7 |
80 km/h (m) | 29,4 | 26,6 |
60 km/h (m) | 17,3 | 14,6 |
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