Boa parte da fruta produzida, este ano, ficou perdida no campo.
Em Uberaba, alguns agricultores optaram por doar a laranja.
A laranja de graça é reflexo da supersafra rejeitada pela indústria. Nesta mesma época, em 2011, o produtor Armando Martensen já tinha vendido 150 caminhões, mas este ano só saíram quatro. O prejuízo nas lavouras dele, em Conceição das Alagoas, Triângulo Mineiro, chega a R$ 300 mil.
Já são mais de 30 mil caixas no chão e esse número deve dobrar com as próximas chuvas. A safra na fazenda vai terminar com desperdício de 250 mil toneladas. "Este anos, as indústrias processadoras não compraram laranja. Deixaram de comprar 82 milhões de caixas e o prejuízo ficou por conta do produtor, na lavoura".
A família de José Roberto planta laranja há mais de 30 anos, mas na fazenda dele, em Frutal, também foram registrados prejuízos por causa do atraso na entrega da fruta. "Quando ela começa a secar, mesmo que você mande para a indústria, você tem perda por peso, a laranja vai secando, cristalizando e perde o suco porque passou da hora de ser colhida".
A Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos informa que o grande volume das duas últimas safras de laranja resultou em um estoque de mais de 600 mil toneladas de suco concentrado, o suficiente para suprir por sete meses o consumo mundial. Essa situação inviabilizou a compra da colheita deste ano.
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