Eduardo Martins está entre nove suspeitos de estuprar adolescentes.
Manifestantes fazem parte da Marcha Mundial das Mulheres.
Grupo
se reuniu na manhã desta terça-feira e cercou condomínio no Litoral
Norte onde vocalista da New Hit passa férias (Foto: Divulgação/ Núcleo
Negra Zeferina )
Cerca de 100 mulheres se reuniram na manhã desta terça-feira (16) em
Salvador e seguiram para Guarajuba, no Litoral Norte da Bahia, para
protestar contra o vocalista da banda de pagode New Hit, Eduardo
Martins. Ele é suspeito com mais oito integrantes da banda de ter estuprado duas adolescentes de 16 e 17 anos no dia 26 de agosto.As manifestantes fazem parte do núcleo regional da Marcha Mundial das Mulheres, movimento internacional que combate a pobreza e a violência. "Fizemos um esculacho popular contra o vocalista da banda, porque descobrimos que enquanto as meninas estão 'aprisionadas' em suas casas e estão até sendo 'criminalizadas', ele passa férias em Guarajuba. Cercamos o condomínio, mas ele não apareceu. O objetivo é exigir a punição dos suspeitos", diz Maíra Guedes, membro do Núcleo Negra Zeferina, parte da Marcha Mundial das Mulheres.
Manifestantes fazem parte da Marcha Mundial das Mulheres (Foto: Divulgação/ Núcleo Negra Zeferina)
CasoOs integrantes da banda New Hit ficaram presos 38 dias e foram soltos no dia 3 de setembro mediante um pedido de habeas corpus, deferido no dia 2.
Junto com os integrantes da banda, um policial militar que fazia a segurança do grupo é suspeito de ter sido conivente com o crime. Todos eles, inclusive o PM, foram indiciados por estupro e formação de quadrilha no dia 25 de setembro. O documento, que tem 23 páginas, foi protocolado pelo delegado Marcelo Cavalcanti, titular da Delegacia de Ruy Barbosa, na Vara Criminal, no dia 24 de setembro.
Perguntado sobre a versão deles sobre as acusações, o vocalista disse: "Não podemos falar sobre os fatos por segurança dos nossos advogados e não podemos entrar em detalhe sobre os fatos, mas a Justiça vai fazer Justiça, e com fé em Deus todas as provas vão aparecer e as coisas vão ser bem encaminhadas", explicou Eduardo Martins.
Integrantes se abraçam ao deixar a prisão
(Foto: Reprdoução/TV Bahia)
A festa aconteceu no município de Ruy Barbosa,
enquanto o grupo tocava em um trio elétrico, na micareta da cidade. De
acordo com a versão das meninas que acusam os integrantes, elas foram
recebidas no ônibus do grupo para poder tirar fotos, quando o crime
teria acontecido. Eles disseram que não tem costume de receber fãs no
ônibus da produção.(Foto: Reprdoução/TV Bahia)
"Como foi um lance de trio, foi uma ocasião especial porque não tinha onde tirar foto, já tinha outra banda para subir para levar o percusso do trio e foi uma ocasião especial", disse Martins. Ao ser perguntado se o vocalista admitia que tinha recebido as fãs no ônibus, ele disse: "A gente não pode falar sobre o fato".
Denúncia
A juíza da Vara Crime de Ruy Barbosa, Márcia Simões da Costa, recebeu no dia 4 de setembro a denúncia de estupro qualificado pelo Ministério Público da Bahia, de autoria da promotora Marisa Marinho. O grupo será citado por carta precatória para responder a acusação por escrito no prazo de 10 dias.
Em nota, o Ministério Público da Bahiax (MP-BA) informa que a promotora relata no documento que durante a ação uma das vítimas foi "puxada pelos cabelos, agredida fisicamente e xingada" por seis dos suspeitos. Na denúncia, a promotora classifica como "vis e animalescos" os atos cometidos contra a outra adolescente envolvida no caso.
Em documento divulgado no dia 3 de setembro, a secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Lúcia Barbosa, lamentou a soltura dos suspeitos. No documento, ela diz que “o caso merece atenção especial, uma vez que o ato possui características de crime hediondo, com participação de mais de um autor, contra vítimas que não puderam e nem conseguiriam esboçar qualquer reação de defesa”.
Ainda no documento, ela falou da importância dos responsáveis serem julgados para que o caso não fique impune. “Acreditamos que a Justiça dará os encaminhamentos necessários para a responsabilização dos acusados. O importante é não deixar este episódio impune. É preciso que o caso sirva de exemplo para a sociedade, evitando a possível sensação de impunidade. Esta é uma oportunidade de reafirmar que as mulheres baianas têm direito a uma vida sem violência”, pontuou.
Habeas corpus
Os nove integrantes da banda de pagode New Hit e o policial militar que fazia a segurança do grupo tiveram o primeiro pedido de habeas corpus deferido pela Justiça na manhã do dia dois de setembro. O pedido foi julgado na 2ª turma da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), pelo desembargador Lourival Almeida Trindade, relator da sessão.
De acordo com o delegado Marcelo Cavalcanti, o laudo fornecido pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT), de Feira de Santana apontou que foi encontrada uma quantidade de sêmen nas roupas das meninas e de um dos músicos. Segundo a polícia, o resultado foi considerado prova material e influenciou no indiciamento dos suspeitos.
A polícia indicou ainda que o volume de sêmen localizado é "bastante" superior à quantidade de "uma, duas ou três pessoas". Por isso, foi solicitada a realização de exames de DNA para identificar a quem pertence o sêmen localizado pela perícia. O prazo para divulgação do resultado é superior a 60 dias.
Adolescentes acusam grupo por estupro
(Foto: Reprodução/TV Subaé)
AgressãoSegundo relato das vítimas,
elas foram até o trio da banda para pedir autógrafos e tirar fotos com
os artistas. Um produtor do grupo teria orientado as garotas a ir para o
ônibus da banda, onde denunciaram ter ocorrido a violência sexual.
Segundo a polícia, dois integrantes admitiram que fizeram sexo com as
adolescentes, porém com consentimento. Os outros negaram que tiveram
relação sexual com as garotas.
(Foto: Reprodução/TV Subaé)
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