Falta de higiene foi apontada como o maior problema a ser enfrentado.
Foram encontrados coliformes fecais na água, no caroço e no vinho do açaí.
O açaí percorre um longo caminho até chegar ao consumidor. O fruto é coletado em áreas de várzea por extrativistas. Depois, segue de barco para pequenos portos do estado. O processo deixa o produto exposto à sujeira e insetos.
A Vigilância Sanitária de Macapá fez uma pesquisa por amostragem em batedeiras de açaí para verificar práticas de higiene e qualidade do produto. Em 60% dos casos foram encontrados coliformes fecais, indícios de restos de insetos na água, no caroço e no vinho do açaí. Uma situação perigosa é a trituração de bichos como o barbeiro, vetor da doença de chagas, no momento de extração da polpa do fruto.
A mesa catadora é uma grande aliada para a higienização. Essa espécie de esteira industrial retira todas as impurezas do fruto, inclusive o transmissor da doença de chagas. O movimento das mãos permite separar o açaí dos detritos e pequenos insetos. Toda a sujeira, que vai para o fundo da mesa, é retirada. O equipamento é uma invenção do beneficiador de açaí Valdeci Moraes, que teve a ideia depois da visita a uma grande indústria de processamento do fruto.
A mesa catadora faz parte do Programa de Qualidade da Cadeia Produtiva, orientado pelo Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá. Cerca de 300 beneficiadores de açaí devem receber o equipamento e também orientações sobre como usar a máquina e higienizar o produto para evitar a contaminação.
A assistência também passa pelo campo, para garantir uma colheita eficiente, e termina nos pontos de venda. É importante ter um controle de pragas nos estabelecimentos, usar água potável e ter a carteira de saúde atualizada.
De acordo com a coordenação do programa, as mesas catadoras serão instaladas até o fim do ano em todos os estabelecimentos. Depois disso, eles receberão um selo de qualidade que deve ajudar a atrair mais clientes.
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