SP: hotéis para cachorros e árvores em miniaturas estão lotados

 

Diárias para animais chegam a custar R$ 92. Para as plantas, os valores vão de R$ 1 a R$ 5, de acordo com o tamanho.

JORNAL NACIONAL

São Paulo tem uma rede hoteleira bem grande e uma curiosidade: nesta época do ano só os mais inusitados ficam superlotados.
A São Paulo do fim do ano é pesadelo dos hoteleiros. No ano passado, a ocupação caiu 27% de novembro para dezembro. Para não ficar às moscas, tem diária pela metade.
“A demanda cai, a ocupação também. Nós aproveitamos para reduzir os custos”, explica a gerente de vendas Natali Farias.
No hotel, a segunda noite é por conta da casa. “Tem que aproveitar”, incentiva Natali.
Mas o mundo da hotelaria tem seus mistérios. Enquanto alguns setores precisam fazer promoção para atrair clientes, outros têm hóspedes, digamos, para burro.
Nos hotéis caninos de São Paulo, por exemplo, não há nenhuma vaga disponível para o próximo réveillon. E não adianta rosnar para a recepção.
Não é hotel – é resort. A diária de R$ 92 não inclui a ração, mas tem sala de ginástica, circuito aeróbico e muita água.
“Desde de 10 de dezembro eu não tenho mais vagas”, conta a dona do hotel, Juliana Legnaro Canteiro.
Panqueca, Puppy e Chico têm sorte e donos previdentes. A reserva foi feita em outubro. “Queremos que eles fiquem bem como se estivessem com a gente”, diz o dono dos cachorros. Vai custar mais de R$ 1 mil. Mas os donos partem tranquilos para o réveillon na praia.
Outro hotel enfrenta menos barulho, mas também tem superlotação nas férias. Os 35 hóspedes mensais, nesta época do ano, saltam para 250. Os hóspedes são árvores em miniatura, cultivadas na antiquíssima tradição japonesa do bonsai. As diárias vão de R$ 1 a R$ 5, de acordo com o tamanho. Por mais R$ 35, o hotel busca o hóspede em casa.
“Se faltar água um dia, ele vai secar. Temos que cuidar melhor”, explica o gerente do hotel, Alexandre Scoet.
Cuidado e dedicação em um ambiente de sossego absoluto.