Apostas podem ser feitas até as 14h de sábado (31) e sorteio será às 20h.
Aplicado na poupança, dinheiro renderia mais de R$ 1 milhão por mês.
“A primeira coisa que a pessoa precisa fazer é imediatamente colocar na poupança, não pode perder um segundo. Depois, senta com calma, respira e aí começa a pensar exatamente o que vai fazer com ele”, diz o analista internacional Jason Vieira, da Cruzeiro do Sul Corretora. “Só nesse período vai ter R$ 1 milhão a mais [em um mês].”
O sorteio da Mega da Virada será realizado às 20h de sábado (31), com transmissão ao vivo pela tevê. As apostas podem ser feitas até as 14h (horário de Brasília) do dia do sorteio, segundo a Caixa Econômica Federal.
Prepare a sua mente
De cara, o ganhador pode lançar mão de um recurso que está na moda – tirar um período sabático. “Dá para viver um ano inteiro sem fazer nada, só curtindo bem a vida e pensando em como trabalhar esse dinheiro”, diz Vieira.
Um "retiro" para se isolar por uns dias e adaptar a mente à nova condição milionária também é recomendação do educador financeiro Antonio De Julio, da Moneyfit.
"Pegaria eu, minha esposa, uns R$ 30 mil, viagem para um lugar bem isolado. Ia me preparar para aceitar esse dinheiro. Iria para um lugar com bem pouca gente, sem movimento, para aceitar que eu sou milionário. Ia preparar minha mente para não fazer besteira", aconselha De Julio.
Escolha aplicações
Mas, como vida de milionário também não é assim tão fácil, vai chegar a hora de o feliz ganhador da Mega da Virada decidir o que fazer com o dinheiro.
“Não pode começar a gastar como um emir da Arábia, porque ele ganha isso por mês com petróleo”, brinca Vieira. “Eu faria três coisas com esse dinheiro: primeiro seria colocar R$ 100 milhões no DPGE [Depósito a Prazo com Garantia Especial] – uma modalidade de renda fixa do governo que rende um pouco mais do que a média e tem nível grande de garantia pelo FGC [Fundo Garantidor de Créditos]”.
Para garantir a “subsistência”, Vieira colocaria R$ 50 milhões na poupança. “Se considerar que rende, em média, 0,5%, isso equivale a R$ 250 mil por mês.” Portanto, esses R$ 250 mil seriam usados para os gastos diários.
Dos R$ 20 milhões restantes, R$ 10 milhões cobririam os gastos com eventuais necessidades de consumo imediato – como a compra de imóvel e carro – e para ajudar a família. “Os R$ 10 milhões restantes seriam destinados a algum tipo de investimento mais agressivo, como fundo de renda variável ou bolsa de valores. Com isso, a pessoa não precisaria mais se preocupar”, diz Vieira, da Cruzeiro do Sul.
O rendimento dos R$ 100 milhões investidos lá atrás, no DPGE, seria continuamente reinvestido. “Vai virando uma montanha de dinheiro que dá para garantir o futuro da família”, fala Vieira.
O analista diz que é bem difícil dilapidar uma fortuna deste tamanho, mas não chega a ser uma missão impossível. “Dá para se deslumbrar, é perigoso. Pode parecer besteira, mas 170 milhões demoram mais, mas a pessoa consegue perder isso.”
Já Antonio de Julio, da Moneyfit, dividiria o montante assim: R$ 51 milhões na poupança, o que renderia uma "mesada" de R$ 306 mil; R$ 120 milhões em títulos da dívida pública "de prazos longos", recomenda; e R$ 17 milhões em um fundo imobiliário. "O importante é colocar o dinheiro em aplicações que você entenda, ou seja possível aprender, e que se sinta bem."
Nada de ações? "Com um padrão de vida tão alto, não teria por que eu precisar recorrer ao risco. Colocaria em ações o que sobrasse da minha 'mesada' mensal, dos rendimentos das outras aplicações", diz. "Faria uma estratégia de colocar esse dinheiro em ações todo mês."
Divirta-seO consultor financeiro Carlos Daniel Coradi, da EFC Engenheiros Financeiros & Consultores, também indica que o sortudo deve aproveitar para “curtir uma parte” da bolada em um primeiro momento. “Eu acho bom aproveitar os momentos de felicidade e por o pé na jaca. Eu gosto muito de viajar. É uma oportunidade de pegar um pedaço pequeno desse dinheiro e dar uma volta na Europa, para quem não conhece, ir para os Estados Unidos...”, opina.
Coradi sugere diversificar os investimentos da seguinte forma: aplicar um terço na poupança - que apesar do baixo rendimento, não tem incidência de Imposto de Renda, um terço em títulos do tesouro direto, que são bastante seguros, e o terço restante em uma carteira de ações.
“Pode-se fazer uma carteira de ações com empresas sólidas, como Vale, Petrobras, Banco do Brasil. Cinco empresas são suficientes, para reduzir o risco de perdas”, disse. “Evidentemente que a bolsa está passando por um momento ruim, com quase 20% de queda em 2011 (...). Mas estudos mostram que temos que comprar quando as ações estão em baixa”, afirmou, explicando que a tendência é acontecer uma futura valorização.
O consultor não recomenda investir dinheiro na compra de imóveis. “O mercado de imóveis está extremamente aquecido (...). É um momento ruim para a pessoa comprar”, lembrando que outro item que subiu muito em 2011 foi o ouro. “A regra geral é não comprar as coisas que estão no pico do preço, é o caso de ouro e imóveis”, disse.
O especialista lembra, ainda, que investir em imóveis requer preocupações e gastos com manutenção e condomínio, além de a remuneração do aluguel não ser tão alta.
Outra dica de Coradi para o futuro milionário é procurar um especialista para ajudar o que fazer com o dinheiro – ainda mais se a pessoa não tiver muita experiência com investimentos de alto valor. “Isso se chama administração de fortunas. Os bancos em geral têm um departamento disso (...). A pessoa deve buscar conselhos para não torrar todo o dinheiro”, indica.
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