Festival do Teatro Nacional traz 16 espetáculos para o Recife

 

Grupo teatral Vivencial Diversiones, da década de 1970, é o homenageado.
Ingressos para o festival, que vai de 16 a 28 de novembro, custam R$ 5.

Katherine Coutinho Do G1 PE

Vivencial Diversiones é o homenageado deste
ano. (Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)

O 14º Festival Recife do Teatro Nacional (FRTN) vai trazer para a capital pernambucana 16 espetáculos. As apresentações acontecem do dia 16 ao dia 28 de novembro, nos teatros Hermilo Borba Filho, Santa Isabel, Apolo, Luiz Mendonça, Marco Camarotti e Barreto Júnior. O grupo teatral pernambucano da década de 70 Vivencial Diversiones é o grande homenageado do ano. Por sinal, essa é a primeira vez que o festival homenageia um grupo, em vez de uma única personalidade.
A proposta deste ano é discutir a coletividade e o relacionamento no teatro, partindo da experiência do Vivencial, grupo que ficou conhecido por sua irreverência, ousadia e também consciência política durante a década de 1970. O grupo dividia uma casa em Olinda. “Nós tínhamos todo tipo de pessoa no grupo, mas o respeito era essencial. Não éramos homens ou mulheres, éramos pessoas antes de mais nada. Buscávamos que todos tivessem consciência dos seus direitos, eramos engajados”, lembra Ivonete Melo, que participou do grupo.

"Escuro", do Grupo Hiato (SP) abre o festival.
(Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)

A abertura oficial do FRTN acontece no Teatro Luiz Mendonça (parque Dona Lindu), na Zona Sul do Recife, na quarta (16), às 20h. O coordenador do festival conta que estão tentando juntar o maior número possível de integrantes do Vivencial. Quem for conferir a abertura vai poder assistir em seguida o espetáculo “Escuro”, do dramaturgo Leonardo Moreira, da Companhia Hiato (SP), que conta a história de um menino míope que, na piscina do clube, escuta os segredos das pessoas.
Outro destaque do festival é o espetáculo “Jaguar Cirbernético”, do amazonense Francisco Carlos, em cartaz no Teatro Marco Camarotti, nos dias 23 e 24, às 20h. “O Carlos juntou um grupo de atores em São Paulo para fazer essa peça. Essa é uma quadrilogia, vamos o episódio 1 e 2 durante o festival”, conta Vavá Shön-Paulino, coordenador do festival.
O Bando de Teatro Olodum (BA) apresenta seu espetáculo “Áfricas” no Teatro de Santa Isabel, no dia 18, às 19h, e no dia 19 às 16h30, trazendo para o palco o imaginário africano. Nos polos descentralizados, o grupo paraíbano Ser Tão Teatro apresenta o espetáculo “Flor de Macambira”, uma adaptação de “O Coronel de Macambira”, do pernambucano Joaquim Cardozo.

"Madléia + ou - Doida", do pernambucano Herique
Celibi. (Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)

Neste ano, teve uma novidade para a escolha dos grupos pernambucanos. A organização do festival abriu inscrições e 21 companhias enviaram seus trabalhos. Destas, quatro foram selecionadas para participar da edição deste ano. Uma delas é de Henrique Celibi, que fez parte do Vivencial Diversiones, homenageado deste ano. “Madleia + ou – Doida” está em cartaz no Teatro Hermilo Borba Filho, nos dias 19 e 20, às 21h.
Neste ano, três livros vão ser lançados durante o FRTN, um deles sobre o homenageado, “Transgressão em 3 atos: nos abismos do Vivencial”, dos jornalistas Alexandre Figueirôa, Cláudio Bezerra e Stella Maris Saldanha. O lançamento acontece no espaço de conviência do Centro Apolo-Hermilo, no sábado (26), às 18h.

Além das peças, o festival conta ainda com um workshop e três mesas de reflexão, onde artistas vão dividir suas experiências na dramaturgia, tanto na produção quanto na direção de espetáculos, no Teatro Apolo. A entrada é gratuita. A programação pode ser conferida no site do evento.