MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 20 de novembro de 2011

Em jogo sem clima de decisão, Fla e Atlético-GO empatam em 0 a 0

 

Time de Luxemburgo mostra apatia na luta pelo G-5 e é vaiado por sua torcida, maioria no Serra Dourada. Donos da casa escapam da queda

Por Richard Souza Goiânia
 
O título ficou para trás, e a vaga na Libertadores está sob risco. O Flamengo não para de tropeçar nas próprias pernas na reta final do Campeonato Brasileiro. Neste domingo, o time de Vanderlei Luxemburgo teve apoio quase que total no Serra Dourada, mas repetiu a atuação ruim da última quinta-feira, contra o Figueirense. Em novo empate sem gols, desta vez contra o Atlético-GO, gritos de “burro” e “time sem vergonha” foram ouvidos pelo treinador e pelos jogadores na saída de campo. Com 57 pontos, a equipe continua fora do G-5, em sexto. Pior: a duas rodadas do fim, parece sem forças para reagir.
Melhor durante quase toda a partida, o Dragão teve as chances mais claras, mas pecou na hora de decidir. Em casa, foi visitante, mas não se importou. O técnico Hélio dos Anjos soube proteger bem a defesa sem deixar de atacar. Com 44 pontos, o clube garante a permanência na Primeira Divisão. Em 12º, agora vai tentar se manter na zona de classificação para a Copa Sul-Americana.
Pelas circunstâncias do jogo, o empate em 0 a 0 no Serra Dourada merece ser até comemorado pelos rubro-negros cariocas. Um detalhe chama atenção: foi o terceiro jogo seguido sem gol do Flamengo.
Com o resultado, o time de Vanderlei Luxemburgo está na sexta colocação. O Atlético-GO é o 12º e escapou do rebaixamento. Na próxima rodada, o Flamengo enfrenta o Inter, às 17h, em Macaé. Um confronto direto na luta pela vaga na Libertadores, já que os dois times estão com 57 pontos.  O Atlético-GO pega o Grêmio, no mesmo horário, no Olímpico.
Dragão ousado, Fla sonolento
Um time engessado, lento e carente. Carente do talento de Ronaldinho, marcado bem de perto por Bida e pouco inspirado. Carente do brilho de Thiago Neves, que teve Pituca quase que o tempo todo no cangote. Uma equipe sonolenta, de alternativas limitadas e padrão de jogo pouco funcional. O Flamengo sabia que tinha de jogar bem, nem que fosse na marra, e a torcida goiana deu um empurrão. Era visitante, jogava de branco, mas tinha maioria rubro-negra na arquibancada. O Serra Dourada encheu para tentar ajudar a equipe de Vanderlei Luxemburgo a reagir na competição. Mas a torcida viu pouco na etapa inicial.
Foi um primeiro tempo de troca de papéis. Quem briga pela Libertadores abusou dos toques para o lado, da passividade. O Atlético-GO, que tem como primeiro objetivo ficar na Série A, ousou. Criou duas boas chances antes dos dez minutos com Marcão, que assustou o goleiro Felipe. Hélio dos Anjos armou duas linhas de quatro para defender e viu seu time entrar na área adversária com facilidade. Uma das investidas, com Thiago Feltri, também levou perigo.
Na falta de inspiração, o Flamengo encontrou nos chutes de longe sua saída de emergência. Renato parou no goleiro Márcio, Thiago Neves errou o alvo, e Deivid chegou a acertar a rede, só que pelo lado de fora. Antes, Luxa tinha perdido Airton, aos 25. Após receber falta por trás de Marcão, ele torceu o joelho esquerdo e não conseguiu voltar. Muralha o substituiu.
A torcida que exalta também cobra. Assim como no Engenhão, no empate sem gols com o Figueirense, gritos de “queremos raça” foram ouvidos no Serra Dourada. Para encerrar os primeiros 45 minutos, mais inversão de valores. Bida jogou como Ronaldinho deveria jogar. O volante marcador, que também veste a 10, chapelou o astro da Gávea com categoria de craque.
Cenário não muda na etapa final
Luxemburgo não mudou nenhuma peça do Flamengo na volta do intervalo. A postura apática permanceu intacta. Jogadas: zero. Disposição: zero. O domínio continuava com o Atlético, que investiu em jogadas pelas laterais e procurou usar a presença de área de Marcão. Numa das tentativas, aos 15, o camisa 9 se antecipou a Alex Silva para receber passe de Juninho e foi atingido pelo goleiro Felipe na canela esquerda. A chuteira deixou marcas na perna do jogador,  mas o árbitro Paulo César de Oliveira ignorou o pênalti. Pouco antes, um torcedor invadiu o campo e teve de ser retirado por policiais.
Luxa decidiu lançar Thomás e tirar Deivid. Os gritos de “burro” da última quinta-feira se repetiram. O garoto entrou para jogar do lado esquerdo de ataque, com R10 centralizado e Thiago Neves pela direita, mas quse não tocou na bola. Thiago e Ronaldinho se revezavam na área como atacantes, só que a falta de criatividade prevalecia.
Hélio dos Anjos renovou o ataque, e Juninho deu lugar a Felipe. Na pressão, o Dragão quase abriu o placar, aos 23. Felipe, goleiro do Fla, errou na saída de bola e a entregou para o xará. O cruzamento rasteiro, pela esquerda, chegou no pé direito de Marcão na pequena área, mas o desvio foi para fora.
Diego Maurício, que sequer ficara no banco na rodada passada, ganhou uma chance. Ele substituiu Thiago Neves, que novamente fez uma partida ruim. Drogbinha deu velocidade ao ataque com boa movimentação e levou perigo em duas investidas. Numa delas, aos 31, invadiu a área pelo lado esquerdo, tentou driblar o goleiro Márcio e caiu. O árbitro mandou seguir e levou jogadores reservas e integrantes da comissão técnica do Flamengo à loucura.
O Fla cresceu nos 15 minutos finais, o jogo ficou franco, mas as duas equipes abusaram dos erros de passe. Faltava sempre aquele cuidado final na hora de decidir. A torcida que encheu o Serra Dourada direcionou as críticas para a área técnica do clube carioca. Aos gritos de “Fora Luxemburgo!”, os rubro-negros protestaram. Eo time saiu de campo com a sensação de que o fim de ano se desenha cada vez mais perigoso.

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