'Estamos transformando ambulantes em operários', diz gerente paraguaio.
Empresa se instalou no Paraguai para baratear custo de produção.
O jovem brasileiro Lauro, do interior de SP,no Paraguai: 'quero ficar aqui".
(Foto: Ligia Guimarães/G1)
"Pedro Juan é uma cidade estritamente comercial. Eu sou industrial, sempre trabalhei em indústria e não tinha opção", conta Decoud, que deixou a terra natal para estudar em São Paulo aos 15 anos de idade. Formado, atuou em três empresas de São Paulo e resolveu voltar ao Paraguai, já casado, depois que a esposa não se adaptou à vida na cidade grande após o nascimento do primeiro filho do casal.
O G1 visitou na semana passada a fábrica da SR, empresa familiar brasileira que inaugurou uma unidade no Paraguai em agosto para reduzir custos e competir com os produtos asiáticos no mercado de seringas.
Empresários brasileiros que atuam no Paraguai ouvidos pelo G1 consideram a mão-de-obra abundante e mais barata que no Brasil como um dos atrativos para quem quer reduzir o custo da produção. Embora o salário mínimo do Paraguai seja próximo ao do brasileiro (R$ 523 lá, contra R$ 545 aqui, segundo dados da Rediex), o empregador paraguaio não paga Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), contribuição sindical ou contribuições para entidades industriais como Sesc, Senac e Sebrae.
Rua de comércio em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. (Foto: Ligia Guimarães/G1)Falta, no entanto, qualificação. Em Pedro Juan, como no restante do Paraguai, a maior parte dos jovens trabalha no comércio de importados, formal ou não. "Estamos transformando ambulantes em operários", afirma um empresário.

"Treinei lá em Manaus em todas as áreas. Hoje ajudo a capacitar os mais jovens", diz.
A jovem paraguaia Perla Gonzales, 18 anos, conseguiu o primeiro estágio na empresa sob a condição de iniciar um curso de inglês. Já começou e diz que começa a entender um pouco do novo idioma. "Eu estudo ainda, no colégio. No ano que vem, entro na faculdade para fazer comércio internacional em Pedro Juan. Tenho vontade de conhecer Manaus, Ourinhos", diz.
A jovem paraguaia Perla, 18 anos: primeiro emprego em empresa brasileira. (Foto: Ligia Guimarães/G1)
Marcos, 31 anos, quer levar noiva brasileirapara morar em Pedro Juan Caballero,
no Paraguai. (Foto: Ligia Guimarães/G1)
"Terrenos são bem mais baratos, paguei R$ 17 mil em um terreno de 12 m x 30 m (360 m²). Aqui a gente consegue construir mais fácil nossos sonhos", diz.
Aos 31 anos, Marcos Penha de Oliveira Junior está há 4 meses em Pedro Juan, depois de 3 meses estagiando em Manaus. "Me interessei pelo emprego porque é um local em que a empresa está começando. Meu objetivo é poder me desenvolver junto", diz Marcos, que já planeja trazer a noiva, que deixou em Três Corações (MG), para começar a família em Pedro Juan Caballero.
"Queremos comprar um imóvel. Quero achar uma vaga para ela, que é enfermeira, aqui na fábrica".
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