Agricultores de SP apostam em variedade mais durável de amendoim

 

Plantio já começou no centro-oeste de São Paulo.
Região é uma das mais importantes produtoras do país.

Do Globo Rural

Terra úmida, adubo, semente e os cuidados do dono. O agricultor Carlos Mantovani acompanha de perto o plantio. Daqui há quatro meses, as mudas vão render 400 sacas de amendoim. “A expectativa é boa, apesar do plantio estar no início, a gente espera que o tempo contribua e que venha chuva na hora certa”.
Dos 40 mil hectares de área plantada em Tupã, interior de São Paulo, 60% já estão com a semente germinando. Além disso, os agricultores descobriram uma mina de ouro no campo.
A novidade é uma espécie nova, conhecida como alto oleico. A principal vantagem do amendoim é que o grão, mesmo depois de colhido, pode ficar armazenado por mais de um ano sem perder a qualidade.
Em primeiro momento é impossível ver as diferenças de uma variedade e outra, o amendoim alto oleico tem a mesma aparência rosada e sabor. A diferença está dentro do grão, que tem maior concentração de ácido, que garante mais durabilidade. “Ele tem se adaptado bem à região e tem ótima aceitação no mercado. As áreas plantadas crescem constantemente”, explica o agrônomo Maurício Danelutti.
O preço da saca de 25 quilos também tem animando os produtores. Vendida a R$ 35 no começo do ano, a saca saltou para R$ 43 em média, valor que cobre os custos da produção e ainda sobra. "O mercado hoje está bastante favorável ao produtor. Os preços estão relativamente altos em função do grande consumo, que cresce 6% ao ano, e também pelo grande volume de exportação. O Brasil, ano a ano, vem conquistando novos mercados e isso está fazendo com que o amendoim tenha preços satisfatórios ao produtor”, explica Romildo Contelli, presidente da Cooperativa da Ata Paulista.
Os principais compradores do amendoim brasileiro são os países da Europa. Nesta primeira safra, São Paulo deve chegar a 88% da produção nacional.