Bichos deixaram fezes na areia e um deles tinha uma ferida aberta no dorso.
Além de infringir a lei, animais na praia trazem risco à saúde dos banhistas.
O cozinheiro Rafael Carvalho levou a família para tomar um banho de mar e ficou indignado com o que viu: “Acho um absurdo. A gente vem para um dia de lazer e encontra um monte de gente com cavalo na praia. Não tem fiscalização”.
Os pescadores que ancoram os barcos na Praia do Carmo afirmam que trazer cavalos para o banho de mar já se tornou um hábito de um grupo de adolescentes e carroceiros. Eles disseram, ainda, que já houve até acidentes com crianças. “Um dia desses um cavalo deu um coice na barriga de uma criança, quase mata", contou um dos pescadores.
O pescador Walter Queiroz também diz ter presenciado vários incidentes. "Eles quebram jangadas, deixam fezes na beira da praia, colocam o cavalo para cima das crianças, é o maior perigo. Tem confusão direto aqui por causa dos cavalos”, relatou.
Em Pernambuco, a Lei da Praia regulamenta o uso da orla marítima em vários municípios, inclusive Olinda. Das 8h às 16h, é proibido levar o cão no braço, transitar ou permanecer com qualquer animal na faixa de areia. Aos sábados, domingos e feriados a medida abrange todos os horários.
Um dos rapazes que levou os cavalos sentiu-se à vontade para desrespeitar a legislação. “Para gente é tudo permitido. Todo mundo dá banho. Tem que dividir a praia para os cavalos e para o pessoal”, disse.
SAÚDE
Além de infringir a lei, levar animais à praia significa um risco à saúde da população. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia em Pernambuco, Sérgio Palma, pessoas que tomam banho na mesma água em que os animais podem pegar a piodermite, uma doença transmitida por bactérias, ou a pinéia, conhecida como impinge, que é transmitida por fungos e pelas feridas dos bichos.
Sérgio Palma disse, também, que outro risco para a saúde humana é a hepatite do tipo A, que pode ser transmitida pelo contato com as fezes do animal. A Prefeitura de Olinda informou que a população deve denunciar esses casos ao Centro de Vigilância Sanitária e Animal de Olinda, pelo número (81) 3301-5228.
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