*Mayra Cardozo
A
síndrome da impostora impacta profundamente a trajetória profissional
das mulheres, este fenômeno, que afeta inúmeras mulheres em suas
carreiras, é caracterizado por uma sensação persistente de subestimação
de suas próprias conquistas e uma constante apreensão de serem expostas
como “fraudes”.
O
cenário profissional para as mulheres é marcado por desafios e pressões
únicas. Embora tenham conquistado avanços significativos ao longo dos
anos, muitas mulheres ainda enfrentam barreiras como estereótipos de
gênero, falta de representação em cargos de liderança e a persistente
disparidade salarial. Os números comprovam que ainda existem muitos
avanços que são necessários para alcançar completamente a equidade de
gênero. Para se ter uma ideia, uma pesquisa feita pelo Talenses Group e o
Insper descobriu que a porcentagem de mulheres CEOs no Brasil cresceu
de 13% para 17% entre 2019 e 2023.
A
síndrome da impostora não é apenas uma questão individual; é um reflexo
das complexidades que as mulheres enfrentam em ambientes profissionais.
A sensação de não pertencimento e a constante busca por validação
externa podem se tornar verdadeiras armadilhas na carreira de uma
mulher, limitando seu potencial e minando sua autoestima.
Diante
dessa realidade, compreender e superar a crise da impostora torna-se
imperativo para a realização profissional das mulheres em 2024:
1. Reconhecimento e Aceitação
O
primeiro passo fundamental para superar a crise da impostora é
reconhecer e aceitar que essa síndrome é real e que muitas mulheres a
enfrentam. É importante normalizar a conversa sobre essa experiência
compartilhada, proporcionando um ambiente onde as mulheres se sintam à
vontade para expressar suas dúvidas e inseguranças.
2. Celebração das Conquistas Pessoais e Profissionais
É
crucial celebrar as conquistas, grandes ou pequenas, e reconhecer o
mérito por trás delas. Para isso, é útil manter um registro das
realizações pessoais e profissionais, lembrando-se constantemente do
próprio valor e contribuição. Isso ajuda a contrabalançar a autocrítica e
a fortalecer a autoconfiança.
3. Desenvolvimento da Inteligência Emocional
Para
enfrentar a crise da impostora, é essencial desenvolver a inteligência
emocional, nesses momentos é necessário reconhecer e gerenciar
sentimentos de auto dúvida, transformando-os em oportunidades de
crescimento pessoal e profissional. O autoconhecimento emocional permite
enfrentar desafios de maneira mais construtiva.
4. Estabelecimento de Metas Realistas e Alcançáveis
A
definição de metas realistas é um passo prático para combater a
síndrome da impostora. Sempre aconselho a estabelecer objetivos
alcançáveis, divididos em etapas menores, para evitar a sobrecarga e
promover um senso de realização contínua. Esse método progressivo
contribui para construir a confiança de forma sustentável.
5. Busca de Apoio e Mentoria
Por
fim, buscar apoio e mentoria é essencial. Construir uma rede de apoio
que inclua colegas, amigos e mentores não apenas orientação prática, mas
também a validação externa necessária para desafiar as inseguranças
associadas à síndrome da impostora. A mentoria não apenas oferece uma
perspectiva valiosa, mas também abre portas para oportunidades e amplia a
visão de possibilidades.
*Mayra
Cardozo, sócia da Martins Cardozo Advogados e advogada especialista em
Direitos Humanos e Penal e mentora de mulheres mal comportadas
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